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ZEEC equilibrada e sem radicalismos é estratégica para o desenvolvimento do Ceará

Litoral do Ceará: não interessa aos grandes resorts destruir a natureza, que, ao lado do conforto das instalações, é fundamenta para atrair hospedes.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br
Bombeiros foram acionados para diminuir as labaredas causadas pelas  notícias de que a formulação do Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira do Ceará, o ZEEC, vai inviabilizar grandes projetos de resorts no litoral cearense. O tom ameno do artigo do secretário Artur Bruno (Sema), publicado pelo Focus (veja aqui), e a fala do presidente da Fiec, Beto Studart, colocando panos mornos na polêmica, apenas revela que a questão é de imenso relevo.
Em uma fala publicada pelo Focus, o secretário do Turismo, Arialdo Pinho, deixa clara a situação: “Pela última reunião que participei saí impressionado com a visão radical do ecológico… um técnico responsável do ZEEC afirmar que hotéis devem ser construídos após as dunas, e não de frente ao mar, e de que não poderemos construir marinas, é enterrar o futuro do setor turístico imobiliário econômico do Ceará por conta de radicalidade irracional do ecológico”.
Notem que não há meias palavras na fala do colega de Governo de Artur Bruno, responsável pela pasta do Meio Ambiente. A certa altura, Arialdo diz que o ZEEC é uma “cilada” para o Ceará. O secretário certamente tem bons motivos para dizer o que disse. O problema é que a equipe que formula o documento, que pode virar regra institucionalizada, parece ter ecologista demais e economista de menos.
Ou seja, um litoral com cerca de 600 Km de extensão é a joia da coroa do Ceará, mas a visão radical da ecologia pode impedir o uso equilibrado de trechos que não chegam a 5% dessa imensidão a favor de empreendimentos fundamentais para o desenvolvimento de um Estado que precisa muito gerar empregos, renda e riqueza. São estes os únicos elementos capazes de tirar milhares de cearenses da situação de pobreza.
Certamente, o governador Camilo Santana vai colocar o bom senso à frente de todos para gerar o necessário equilíbrio. Não adianta o Estado ter investido bilhões em infraestrutura ao longo das últimas três décadas, atrair um importante hub de voos da Europa e, na sequência, impedir ou dificultar que grandes investimentos em equipamentos turísticos se instalem em alguns pontos de nosso litoral.
Como sugere uma fonte ouvida pelo Focus, a ZEEC precisa de argumentos econômicos e não apenas ambientais. “Ao restringir os investimentos, estes irão pro Rio Grande do Norte. Depois de 2006, foram implantados apenas quatro equipamentos com grande dimensão financeira. Os demais desistiram ou estão engavetados pelas dificuldades ambientais apresentadas pelo próprio Governo”, relata.

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