Por Fábio Campos
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Embora discreta e com baixa cobertura da imprensa, a visita de João Doria ao Ceará foi vista como um chute na canela de Tasso Jereissati. Afinal, havia a ideia de que o PSDB do Estado fecharia com a posição do senador licenciado em relação às primárias que vão escolher o candidato da sigla a presidente da República.
No Ceará, Doria levou para seu palanque políticos com mandato como o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, o deputado federal Danilo Forte, e os deputados estaduais Fernanda Pessoa e Nelinho Freitas. Presentes também políticos sem mandato, mas com relevância histórica como o ex-senador e ex-governador Lúcio Alcântara.
O quadro antecipa que o PSDB local terá problemas também na disputa para o Governo do Ceará. Afinal, o grupo que deu apoio a Doria na corrida contra o candidato de Tasso, Eduardo Leite, se posiciona na oposição a Camilo Santana e ao grupo político comandado por Ciro e Cid Gomes, que refizeram suas relações com o senador licenciado.
“Não tenho a menor dúvida, Doria, de que você é quem melhor reúne as condições para governar o Brasil. O senhor pode fazer uma transformação neste país. E o momento para o PSDB dar sua contribuição vai ser agora, dia 21 de novembro. A melhor contribuição para o Brasil de hoje é indicar João Doria a presidente da República”, declarou Danilo Forte no encontro.
Em jantar na casa da presidente do Lide Ceará, Emília Buarque, Doria, que é fundador da entidade, fez uma dura declaração contra a ruptura com o teto de gastos: “É crime. E além de ser crime, que afronta à constituição, afronta à lei, quem vai pagar esta conta são os mais pobres”. Para Doria, a inflação leva ao desemprego e aumenta o flagelo. “Salva o projeto eleitoral do Bolsonaro talvez, mas afunda ainda mais o país.”