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Usina de Quixadá: teaser da Petrobras Biocombustíveis só reforça o que estava previsto

Usina de Quixadá. Foto: Divulgação Assembleia Legislativa

Átila Varela
atila@focus.jor.br

A Petrobras já deixou claro que biocombustíveis não é seu carro-chefe. Para comprovar a afirmação, lançou hoje, 3, o teaser (oportunidade) aos interessados na sua divisão de biocombustíveis, a PBio. E o futuro da usina de Quixadá parece estar cada vez mais certo: ir para as mãos da iniciativa privada.

O assunto foi divulgado com antecedência pelo diretor de Relações Institucionais da petroleira, Roberto Ardenghy. Ao Focus, ele falou que a operação cearense segue em “hibernação” e que o ativo poderia entrar em liquidação até 2022.

A empresa é assertiva em seu julgamento sobre o desinvestimento da PBio: “Essa operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor para os seus acionistas”.

Quem faturar a PBio vai levar não somente a usina de Quixadá, mas também as unidades de Candeias (Bahia) e Montes Claros (Minas Gerais). Ambas seguem em funcionamento, inclusive produzindo combustíveis vegetais.

“As três usinas são capazes de utilizar uma mistura de até cinco matérias-primas diferentes (óleo de soja, de algodão e de palma, gordura animal e óleos residuais) para produção de biodiesel, capturando vantagens na dinâmica sazonal dos preços”, explica a petroleira no teaser.

Para os interessados, a Petrobras afirma que a PBio é porta de entrada para o 3º maior mercado de biodiesel do mundo, atrás apenas da Indonésia e dos Estados Unidos. O posicionamento das unidades produtivas irá privilegiar empresas com anseios em explorar os mercados do Nordeste e do Sudeste.

A companhia estipulou as regras para os compradores: Receita Líquida superior a R$ 400 milhões (ano de 2019) ou Patrimônio Líquido superior a R$ 100 milhões (ano de 2019); ou Ass ets Under Management (ano de 2019) superiores a R$ 500 milhões. Mais informações do teaser aqui.

Petrobras ficou com o “mico”
A decisão de vender a PBio na avaliação do consultor de petróleo e energia, Bruno Iughetti, foi acertada. “Mais do que cabível a posição da Petrobras em se desfazer desses ativos que não estão sendo foco da mesma. Hoje a empresa tem como principal objetivo a exploração do pré-sal em águas profundas”, destacou.

Quixadá, segundo ele, eram “favas contadas”. “A Petrobras ficou com um mico. Nunca foi para frente o projeto. Escolheram como rota a mamona (para produção) que não atendia as especificações da ANP. Para não manter a fábrica parada, usaram a soja que não tem complemento algum”, destaca.

O especialista ainda reforça que até o fim do segundo semestre algum consórcio de empresas assumirá a unidade da PBio em Quixadá.

Usina de Biodiesel de Quixadá
A Usina de Biodiesel de Quixadá tem capacidade de produzir até 109 milhões de litros de biodiesel, além de glicerina e subprodutos.

A inauguração ocorreu em 2008, na época do Governo Lula. Foram investidos R$ 76 milhões no empreendimento que devia, em tese, transformar a mamona em combustível vegetal. Em 2016, a Petrobras declarou não ter mais interesse na unidade produtiva e iniciou o “limbo” cearense.

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