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Transnordestina vai seguir para o Pecém, Suape fica de fora e Pernambuco esperneia

Foto: Delfim Martins/Agência Senado

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

As forças políticas e econômicas de Pernambuco estão profundamente incomodadas com a decisão do Ministério da Infraestrutura de que as obras da Ferrovia Transnordestina vão dar seguimento apenas ao ramal que chega ao Porto do Pecém, deixando em segundo plano o ramal para o Porto de Suape.

Desde que a decisão foi anunciada pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, em 21 de julho, as elites políticas e empresariais de Pernambuco começaram a bater cabeça e trocar acusações. A imprensa pernambucana também entrou em polvorosa.

“Sonho de Pernambuco, Ferrovia Transnordestina vira projeto estruturador do Ceará”, escreveu o jornalista Fernando Castilho, do JC. “Em nota oficial, bancada pernambucana condena decisão de ministro sobre conclusão da Transnordestina”, diz a manchete da Folha de Pernambuco. E por aí, vai.

O fato é que as obras no trecho entre Eliseu Martins (PI), Salgueiro (PE) e, por fim, Pecém é a que vão ter continuidade. A decisão parece ser meramente técnica. Afinal, tanto em Pernambuco quanto no Ceará os dois governadores mantêm relações apenas protocolares com o Governo Federal.

O próprio líder de Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, dá a senha: “O fato concreto é que quem constrói uma ferrovia precisa ter acesso ao porto para poder exportar as cargas. Havia duas opções: Pecém ou Suape. Por que não se viabilizou o escoamento das cargas a partir do Porto de Suape? O porto, lá no Ceará, foi viabilizado. Pecém teve um entendimento com a concessionária, que, com isso, propôs ao governo federal não fazer o ramal de Pernambuco e fazer o ramal de Pecém, porque obteve os benefícios, os incentivos e o apoio para que pudesse escoar com o menor custo a sua carga pelo Porto de Pecém”.

Na imagem ao lado, produzida pela TLSA (empresa do Grupo CSN que costrói a Transnordestina), é possível ver o projeto inicial, que contemplava Pecém e Suape.

O projeto, que tem mais de 50% das obras concluídas, articula-se com a expansão da fronteira mineral e agropecuária do cerrado, especialmente da região do Matopiba (região formada por áreas majoritariamente de cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

A expectativa é que o ramal ferroviário opere cargas até 30 milhões de toneladas/ano de produtos agrícolas e minerais para exportação advindas de sua rica área de influência.

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