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Teste para diagnóstico de COVID longa é aprovado na Europa; entenda como funciona

Autoteste. Foto: Reprodução
Equipe Focus
focus@focus.jor.br

No fim de agosto, a União Europeia aprovou a venda do teste incellKINE Long COVID In Vitro Diagnostic, desenvolvido pela empresa americana IncellDx para diagnosticar a COVID longa. Definido pela empresa como um “exame de sangue simples”, ele detecta padrões específicos de biomarcadores encontrados em pacientes que sofrem com sequelas do novo coronavírus, conhecidas como COVID longa. Segundo a empresa, o produto será lançado em território europeu ainda no mês de setembro. Ainda não há informações sobre a venda do item no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 20% dos pacientes infectados com COVID-19 possam sofrer de sequelas prolongadas, que podem incluir falta de ar, fadiga, tosse persistente, dor no peito e mesmo distúrbios cognitivos como esquecimento, dificuldade de concentração e brain fog (névoa cerebral), nome dado ao estado de confusão mental frequentemente relatado por pacientes.

Em abril, a Comissão Europeia informou estimar que entre 60% e 80% da população dos países que integram a União Europeia foram infectados com a COVID-19 em algum momento.

“A COVID longa apresenta um desafio significativo de diagnóstico e tratamento para os pacientes. Muitos dos sintomas associados a ela podem ser facilmente confundidos com outras condições, como pós-Lyme, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia ou até mesmo o resfriado comum. Ter uma ferramenta eficaz para diagnosticar a condição é absolutamente essencial”, disse, em comunicado, o médico virologista Bruce Patterson, CEO da IncellDx.

Como funciona o teste de COVID longa?

O teste foi desenvolvido com base em dois estudos publicados no periódico científico Frontiers in Immunology, que mostram como os pesquisadores da empresa utilizaram inteligência artificial e machine learning para medir e analisar a presença de citocinas e quimiocinas, duas proteínas utilizadas como biomarcadores de inflamação de COVID longa.

São chamados de biomarcadores, ou marcadores biológicos, substâncias ou estruturas celulares que podem indicar alterações causadas por alguma doença.

Os cientistas descobriram que pessoas com sequelas da COVID-19 apresentam um perfil imunológico diferente, caracterizado justamente pelos padrões em que essas proteínas aparecem.

Além disso, foi observado que algumas células de defesa desses pacientes ainda tinham concentrações significativas de proteína do SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, em até 15 meses após a infecção.

Segundo os estudos, o teste tem precisão superior a 90% na detecção das sequelas da doença.

Agência Estado

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