Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.

Reitor Cândido é fruto da conjuntura instalada com a eleição de Bolsonaro


Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br
A nomeação do professor Cândido Albuquerque para reitor da UFC era a aposta mais esperada. Foi uma consequência da nova conjuntura política instalada no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Simplesmente não haveria candidatura a reitor de Cândido Albuquerque se Fernando Haddad (PT) tivesse sido o vitorioso. Nesse caso, a nomeação de Custódio Almeida seria favas contadas.
É bobagem e militantismo de quinta categoria caracterizar Cândido Albuquerque como “interventor”, como já vem fazendo a militância de esquerda abrigada na UFC. Sua nomeação, óbvio, é perfeitamente legal. Sim ele foi o último colocado na consulta à comunidade universitária. Sim, uma consulta. Apenas uma consulta.
O fato é que o Conselho Universitário (Consuni) o colocou, como não poderia deixar de ser, na lista tríplice enviada ao MEC. Feito isso, qualquer membro da lista poderia ser escolhido e o sendo terá plena legitimidade para exercer o cargo.
Aliás, a lista tríplice continha nome até de quem não participou da “eleição” da UFC. No caso, a professora Maria Elias foi incluída na lista do Consuni em virtude da desistência do candidato Antônio Gomes de Souza Filho, que manifestou por escrito o desejo de que seu nome não fosse incluído na lista tríplice mesmo tendo participado da consulta à comunidade e ficado em segundo lugar.
Ou seja, Maria Elias poderia ter sido a escolhida caso o presidente da República assim o quisesse. Teria ela toda a legitimidade para exercer a função.
É essa a regra do jogo. Respeitar a regra é o fundamento de uma democracia. Do contrário, é tentação autoritária. Não existe a regra de que o presidente da República está obrigado a escolher o mais votado. Fosse assim, a lista nem seria necessária. A coisa toda se resolveria com uma eleição interna onde até estudante, passageiro na universidade, vota para escolher o reitor.
O professor Custódio Almeida é um quadro comprometido com a UFC. Sua trajetória acadêmica é de mérito tanto quanto a de Cândido Albuquerque. Fosse Custódio o escolhido, a UFC estaria também em ótimas mãos. No entanto, a conjuntura política já não lhe era favorável.
Atentem a seguir para a primeira declaração pública de Cândido Albuquerque. Foi uma pergunta feita pelo Focus logo após a publicação do decreto de nomeação. Qual a sua expectativa diante do desafio de dirigir a maior e mais importante universidade do Ceará? “[Espero] Resgatar o protagonismo dos verdadeiros talentos, mantendo a pluralidade de ideias, será um desafio e necessário e urgente!”
Vejam também  algumas declarações e posicionamentos de Cândido durante a campanha.

  • “Minha história na faculdade de Direito é que me credencia a ser reitor, era nota 3 no MEC e elevei a 5. A faculdade de Direito é um exemplo”.
  • “Nós precisamos modernizar nossa universidade para dar novas habilidades. O mercado de trabalho está em permanente modificação e nós não estamos acompanhando, precisamos acompanhar”,
  • “Nós vamos herdar uma universidade com muitas obras inacabadas. Vamos fazer um planejamento para conclusão das obras e mobilização dos projetos de pesquisa e extensão… Entre os planos, está a criação de uma pró-reitoria de inovação e de uma pró-reitoria ou secretaria de empreendedorismo”.

Leia Mais
+Em decreto, Bolsonaro nomeia Cândido Albuquerque reitor da UFC

Mais notícias