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Porta dos Fundos trama “lacrada” e se dá bem com censura

Porta dos Fundos: “Gente, vamos produzir um especial de Natal com Jesus gay”. Ainda tem quem caia nessa.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

Não vi e nem vou ver o vídeo, mas é um óbvio ataque à uma cláusula pétrea de nossa Constituição a decisão judicial que tirou do ar o programa do Porta dos Fundos (catálogo da Netflix).

O Porta dos Fundos tramou a velha “lacrada” e se deu bem com a polêmica que se arrasta desde antes do Natal. Em tempos de polêmicas de vida curta, o vídeo ganhou novo fôlego com a infeliz decisão judicial cuja resultante se resume a uma só palavra: censura.

A polêmica ocorre em meio às lembranças pelos cinco anos do massacre terrorista do Charlie Hebdo. Em 05 de janeiro de 2015, em Paris, 12 membros da revista satírica foram assassinados por fanáticos jihadistas. Motivação: charges, piadas e caricaturas com Maomé, o profeta e a figura mais importante do islamismo. Os dois fatos, de alguma forma, se entrelaçam.

Sempre que chegam a mim reclamações contra isso ou aquilo veiculados em meios de comunicação, minha resposta é clássica: não leia, não veja, mude de canal, mude de jornal. Censurar, jamais. Principalmente o humor, mesmo o do tipo apelativo, com temática lamentável, de mau gosto e desrespeitoso a credos.

O Porta dos Fundos andava meio… assim… esquecido. Parecia relegado à sua caixinha, com seu público fiel, que não é pequeno. Porém, limitado ao seu devido lugar. E qual foi a estratégia para voltar às manchetes? Simples: “Gente, vamos produzir um especial de Natal com Jesus gay e namorado”! Tarefa escolhida, tarefa cumprida e meta alcançada.

Contra os males da liberdade de imprensa, mais liberdade de imprensa. Contra os males da liberdade de expressão, mais liberdade de expressão. São esses os antídotos que as sociedades democráticas e liberais usam para se contrapor à censura, aos radicais e aos lacradores de plantão.

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