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Polícia Federal estima desvios de R$ 4 bilhões de recursos federais por estados e municípios

O governador da Bahia, Rui Costa, então presidente do Consórcio Nordeste quando foram comprados os respiradores “fantasma” . Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Em reportagem publicada nesta sexta-feira, 23, a revista Veja aponta que a Polícia Federal estima que estados e municípios tenham desviado mais de R$ 4 bilhões de recursos públicos federais desde o início da pandemia. As informações foram obtidas em documentos que estão em poder da CPI da COVID aos quais a revista afirma ter acessado.

Consórcio Nordeste
De acordo com a reportagem da Veja, em abril do ano passado, a Hempcare Pharma, empresa importadora de remédios à base de maconha com dois funcionários registrados, foi contratada por R$ 48 milhões  para fornecer 300 respiradores ao Consórcio Nordeste. O negócio, fechado com pagamento adiantado, previa a distribuição dos equipamentos aos nove estados da Região. No entanto, a empresa sumiu com o dinheiro e os respiradores importados da China nunca foram entregues. Na época destes fatos, o Consórcio Nordeste era presidido pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT).

“O inquérito, inicialmente conduzido pela polícia baiana, apresentou a Hempcare como ponta de uma rede criminosa. O negócio, desde o início, foi planejado para dar errado”, diz a reportagem. “O acordo original previa a contratação de um seguro internacional para garantir a entrega da mercadoria, uma cláusula que visa exatamente proteger o comprador. No meio do processo, o contrato foi modificado. O seguro passou a valer apenas a partir do momento em que os respiradores deixassem a China, de onde teoricamente seriam importados. Como esse embarque nunca aconteceu e o pagamento foi antecipado, R$ 48 milhões foram para o ralo”.

Investigações
A revista aponta que um relatório da CGU informa que somente o órgão já realizou mais de cinquenta operações para monitorar o uso ilegal de recursos públicos federais por estados e municípios. As irregularidades incluem, empresas de fachada, falsificação de documentos, direcionamento de licitação, superfaturamento e propina.

Os processos encaminhados à CPI também envolvem o governador do Pará, Helder Barbalho, e o governador do Amazonas, Wilson Lima. Segundo a Veja, os senadores da CPI da COVID já receberam cópias de processos, inquéritos e auditorias que tratam de irregularidades praticadas em outros oito estados. E, no total, a Polícia Federal estima desvios de mais de R$ 4 bilhões.

 

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