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No Focus Colloquium, Luizianne assume postura de candidata a prefeita e diz que PT vai ouvir Camilo

Luizianne Lins. Foto: Colloquium

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

A deputada federal Luizianne Lins (PT) deu um claro tom de candidata a prefeita de Fortaleza na entrevista ao Focus Colloquium, realizada na tarde desta segunda-feira, 22. A deputada disse que sua gestão em Fortaleza foi divisora de águas e exaltou pontos que considera exemplares nos oito anos em que passou à frente dos destinos da cidade. Nós temos um projeto para a cidade”, declarou a ex-prefeita.

A possível candidatura não vai demorar para se concretizar. O PT já deve definir seu rumo no próximo sia 5 de julho.

Na entrevista concedida ao jornalista Fábio Campos, editor do Focus, Luizianne teceu comentários acerca de suas relações com os irmãos Cid e Ciro Gomes, que já foram seus aliados em Fortaleza e comandam o grupo político que detém a hegemonia no Ceará.

No entanto, a ex-prefeita disse que a definição da candidatura petista em Fortaleza passará também pelo governador Camilo Santana, petista aliado de Cid, Ciro e do prefeito Roberto Claudio.  “Nós vamos conversar com o Camilo. Ele é o maior do quadro do partido no Ceará. O deputado Guimarães ficou de marcar uma reunião, pois nós queremos ouvir o Camilo de preferência antes do dia 5 (de julho) para saber o que ele está pensando.”

Abaixo, alguns trechos da entrevista de Luizianne Lins

Bolsonaro e pandemia
“Eu fico pensando muito. Estamos sendo desafiados por um microrganismo e que parou o mundo. São nesses momentos que surgem os líderes, e vemos as pessoas que não conseguem segurar a onda.”

“Estamos numa crise política e institucional sem precedentes na história. Em vez de falarmos da curva, temos de ver a novelinha da política nacional. Todo dia é uma idiotice nova. Quando pensa que não pode piorar, piora.”

“É troca de ministro no meio da pandemia, militar tomando conta do Ministério da Saúde. Aquele ministro da Educação (Weintraub), pior de todos, um ignorante. Tem o Moro que sai denunciando o Governo por botar o dedo na Polícia Federal. Se fosse nos governos Lula e Dilma, já estava preso.”

“Essa extrema direita estava guardada em armários ou locais obscuro. Não conseguíamos visualizá-las.

Vácuo deixado pelo PT para ascensão de Bolsonaro e aliados
“O Bolsonaro está sendo considerado um inimigo mundial. Trouxe tudo de ruim para governar. O PT não tem nada a ver com isso. Eu acho que ele (partido) paga muito pelo que ele fez do que deixou de fazer. A burguesia brasileira nunca foi preparada para abrir mão de alguma coisa.”

“Eu sei lá quem diabos é André Fernandes. Eu sei lá qual foi o dia de trabalho que ele deu em contribuição para a humanidade. Da mesma forma, não tenho noção da Carla Zambelli, da Bia Kicis. Parece que saíram dos esgotos para a esfera pública.”

“O Heitor Freire, veio da onde? Ainda por cima eu tive aguentar ele levar o livro do Ustra no dia da diplomacia. O Bolsonaro disse que era o livro que está do lado da cabeceira dele.”

Tentativa de tirar Dilma do poder e relação política com a ex-presidente
“Havia uma tentativa de tirar a Dilma em 2014. Mandaram a Dilma tomar (solta um palavrão) durante a Copa (do Mundo de Futebol). Então, assim, quando o Governo da Dilma teve problemas, eles encontraram a fragilização para tirá-la do poder.”

“Ela não poderia, no começo de 2015, votar a proposta de medidas fiscais. Ela não tinha capital político para isso. Tanto que não votei. “A rebelde”, para variar. Combinei com sete deputados para não votar contra o partido, mas também não votei favorável. Nos retiramos no plenário.”

“A Dilma não é o Lula do ponto de vista do carisma.”

Luizianne, divergência com os Ferreira Gomes e estaleiro em Fortaleza
“É difícil com essa turma. Os Ferreira Gomes não são fáceis. Foi assim comigo, com o Eunício, com o Domingos Filho por algum tempo, com o Tasso… São eles e acabou. Se você não reza pela cartilha e se posiciona… E o Ciro me colocou a alcunha de ‘coronel de saia”.

“A coisa mais sensacional (que eles queriam) era um estaleiro lá no Mucuripe. Eu disse: Vocês vão acabar com a praia. Aterrar não sei quantos metros, trazer quinquilharia, ferro velho amassado. Quem é que tá por trás disso?Se eu tivesse deixado, estaria tudo preso aí com o Sergio Machado da Transpetro.”

“Cid ligou e eu disse: ‘que história é essa?’. Pois eu disse: se depender de mim não vai ter (estaleiro). É uma coisa enorme, é para uma praia afastada. Mas dentro da cidade?.”

“Quando eu tive a oportunidade, eu encostei no Lula. Eu era prefeita e tive uma audiência e ele chamou o Sérgio Machado. Mostrei o que significava os 100 milhões de metros quadrados criados na ponta do Mucuripe. Ele ficou chocado.”

“Todo mundo achava que ia achar empregos. Mas aquilo ali era enrolação e estão todos os presos. Não tinha nada de bom para o Ceará.”

“Tínhamos uma relação de se falar todos os dias (Cid). Não posso ter uma admiração por eles, mas quando cheguei perto do Cid, parecia que ele era o melhorzinho deles. A relação era clara, transparente. Agora, não admiro como gestor. Ele quis fazer um aquário quando eu estava num processo de urbanização difícil e antigo que era a Praia de Iracema.”

“Fortaleza são duas: antes do governo do PT e outra depois. A cidade passou a ser pensada como um metrópole. Passou a ter atividades,  eventos”.

“Com relação ao Cid, eu não acho que ele teve uma grande obra. Tenho respeito, pois tenho respeito por todos. Eu não tenho intriga e má vontade.”

“Eu sou muito coletiva. Eu não acho que a minha opinião é a melhor de todas. Quem são pequenos são eles. É uma coisa esquisita. Eles giram em torno do próprio rabo.”

“Outra coisa: O Cid para mim era (o melhor?), antes de eu ouvir o que ouvi que o Ciro era o líder deles todos. Eu esmoreci”.

“Eles são agressivos e grosseiros, um modus operandi, principalmente o Ciro, totalmente desnecessário.”

“Quando o Cid veio morar em 2010 (em Fortaleza), começou o meu atrito, por desejo e insistência do Ciro.”

Fortaleza, candidato em Fortaleza, Camilo e aliança com o PDT
“Precisamos recuperar a delicadeza de Fortaleza… Dia 5 de julho o PT definirá o seu candidato.”

“Queremos construir uma candidatura pela esquerda e que dialogue com o povo.”

“O Camilo tem se esforçado. Não só é problema do Camilo. As políticas de segurança pública dos próprios governadores do PT são muito questionáveis. Eu faço a crítica, não acho que é só a culpa do Camilo. Nossa cidade é muito pobre.”

“O PDT, nacionalmente, é tratado como aliado em diversos assuntos quando se trata do Governo Bolsonaro. O problema é: nós temos um projeto para a Cidade. Esse projeto foi interrompido. Não temos aproximação ideológica com o PDT do Ceará, porque o Ciro na primeira oportunidade ataca o Lula. Isso criou uma revolta muito grande em muitos petistas . O próprio Cid, com aquela história do “O Lula tá preso, babaca!”. Há uma tentativa de desqualificar sistematicamente o PT e suas lideranças. Salvo, o próprio Camilo, que é do PT e aliado dos Ferreira Gomes.”

“Nós vamos conversar com o Camilo. Ele é o maior do quadro do partido no Ceará. O deputado Guimarães ficou de marcar uma reunião, pois nós queremos ouvir o Camilo de preferência antes do dia 5 (de julho) para saber o que ele está pensando.”

Relação com Eduardo Bolsonaro na Câmara
“Na verdade, são aquelas pestes que ficam me perseguindo. Eu sento, e ele senta do meu lado. De fato, você não pode querer estar no Parlamento sem conversar.”

“Eles são estranhos e não são dessa coisa da camaradagem. Eles são muito despreparados. ‘De onde surgiu isso?’ Você se pergunta.”

Reveja a entrevista com Luzianne Lins

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