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Mundo corporativo em organizações, por Yunare Marinho

Yunare Marinho Targino é Gerente Corporativo de Processos Industriais no Grupo M.Dias Branco, Fortaleza-CE. Cidadão Luso-Brasileiro é Graduado em Engenharia Mecânica, UNIFOR-CE. Pós-Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, CHRISTUS-CE. Pós-Graduado em Psicologia Transpessoal, Faculdade Porto das Monções-SP. MBA Executivo, COPPEAD-RJ. Mestrado em Concepção, Mecânica e Meio Ambiente, ENSAM-França.

Por Yunare Marinho
Post convidado

Ao longo das últimas duas décadas tenho acompanhado o mundo corporativo em grandes organizações e baseado neste olhar, quero iniciar resgatando que as primeiras conversas do mundo aconteceram há milhões de anos, onde o primeiro diálogo tratou da fabricação de ferramentas de caça. Embora essas conversas tenham ocorrido há muito tempo, mesmo assim, as conversas e alinhamentos que ocorrem dentro das organizações representam um de seus maiores desafios.

Organizações devem oferecer um valor a consumidores que escolhem se irão ou não pagar por ele.  A empresa produz valor e o oferece ao seu ecossistema; mas todos os processos internos que levam a essa criação de valor se dão sob termos vitoriosos ou não. A competição esportiva, uma metáfora, assemelha-se ao que ocorre numa organização. Participantes e regras pré-definidos, uma estrutura dada, alguma instância de julgamento, e exclusão ou derrota como parte essencial do processo. Jogadores correm para cruzar a linha de chegada e ganhar a taça; na mente de cada um deles, é vitória ou nada.

As culturas organizacionais costumam ser o resultado das conversas e evoluções de dentro da organização e em momentos identifiquei rígidez com pouca capacidade adaptativa, muitas vezes oferecendo oportunidades limitadas de desafios ou de permitir o seu corpo de liderança de participar das conversas, como uma construção de um planejamento estratégico e situações em que prevalecem os monólogos dominados por executivos e sua gestão. Esses tipos de organizações desenvolviam culturas com pouca flexibilidade e adaptabilidade e acredito que as culturas onde a ordem prevalecem são caracterizadas por pouca flexibilidade e por um relacionamento interpessoal formal.

E comecei a questionar-me, que tipo de diálogo é necessário para criar uma organização ágil, colaborativa e inovadora nestes tempos de pandemia? Observei e amadureci que o diálogo é aquele que se caracteriza pela reflexão, curiosidade, aprendizagem e um apelo à ação com clareza, ética e o mais fenomenal: “Um por todos e todos por um”. Esse tipo de diálogo promove inclusão, contribuição, diversidade, responsabilidade e conhecimento distribuído e humanizado.

Vivenciei há alguns anos, modelos de culturas organizacionais na chamada “velha Europa” onde a distância do poder com níveis hierárquicos eram distante das pessoas e originava uma complicada interação com os colaboradores e observei relações rígidas e inflexíveis onde prevalecia o lema: “manda que pode e obedece quem tem juízo por que não se tinha outra alternativa” por que numa cultura onde os empregos eram sinônimos de estabilidade trabalhista onde o sindicato trabalhista representava um força no país, imitando o antigo poder das cortes monárquicas. Entretanto, profissionais em organizações multinacionais me perguntavam: Como é lá no Brasil ? A imagem do futebol alegre, ágil, criativo e cooperativo é um reflexo da sociedade e entram no ecossistema das corporações?

A cultura que vigora dentro de organizações, os termos, os modismos de gestão, as relações patrão-funcionário, a competição entre colegas ou departamentos pelo aumento de espaço, a política de bônus — nada disso é cultura organizacional. Au contraire: isso existe justamente para reduzir o protagonismo cultural. Comecei a concluir nesta trajetória que para se alcançar um clima alto de satisfação nas corporações e despertar o nível de identidade cooperativo, transpessoal  e engajador, deveremos desenvolver organizações nas quais o diálogo é mais prevalente, baseado em vivências em corporações brasileiras onde observei e presenciei em trocas de experiências seja em reuniões de network, visitas, consultorias, treinamentos e recentemente em “lives profissionais” neste momento de pandemia.

Então veja bem, se o mundo corporativo é um jogo com regras definidas, a corporação é um jogo de xadrez, cujos usos dependem da criatividade dos envolvidos. Mas esse xadrez determina nossas vidas, então trate de jogar. O mundo corporativo é uma das soluções encontradas nesse xadrez, mas não é a única alternativa e nada garante que durará para sempre. Se você o ama, ou se você o odeia, o xadrez é seu lugar.

A corporação quando produz valor e o oferece ao seu ecossistema; mas todos os processos internos que levam a essa criação de valor se dão sob termos através de CEOs, executivos e gestores com alto desempenho, preparados e meritocráticos, transparentes, estimuladores da alta performance em equipe, onde se você pensa que é mercado, é só mais um jeito de se organizar uma corporação, e pode inclusive aplicado em instituições estatais.

E portanto, devem ser bem-vindas as  chamadas “dialogical corporations” que estão abertas a níveis mais elevados de escuta, participação e espaços de integração. Por meio dessa abertura, as organizações se humanizam e retornam às origens da civilização buscando maior compreensão, tolerância e fortalecem a evolução. Eu acredito!

Se cuide e até breve!

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