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Maior aposta do PDT, Tabata não atende Ciro, deve votar pela nova Previdência e é ameaçada de expulsão

A relação de Ciro Gomes com Tabata Amaral já não é feita de flores e afetos políticos. Na imagem acima, os dois durante a última campanha eleitoral.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br
Tabata Amaral é o mais mais relevante quadro político que o PDT ganhou nos últimos tempos. Jovem, oriunda da escola pública, formada em Harvard (EUA), se tornou referência de Ciro Gomes e outros próceres do PDT que costumam reproduzir momentos de sua atuação parlamentar, como quando praticamente foi a responsável pela queda do ministro da educação, Ricardo Vélez, que ocupou o cargo nos primeiros meses do Governo Bolsonaro.
No entanto, Tabata está ameaçada de ser expulsa do PDT. A deputada mantém o firme propósito de votar a favor da reforma da Previdência. Convicta da necessidade da mudança previdenciária, Tabata lidera um pequeno grupo no PDT que também é favorável. A relevância e a visibilidade da parlamentar moveram esforços pessoais de Ciro Gomes e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, tentando dissuadi-la. Aparentemente, em vão.
Ciro chegou a telefonar para Tabata. Segundo reportagem do Estadão, a deputada se mostrou irredutível em seu propósito. O ponto que poderia fazer Tabata votar contra a proposta é relacionado à aposentadoria das mulheres. No entanto, negociações que envolveram a própria deputada chegaram a um consenso positivo (veja texto abaixo de autoria da deputada pedetista).
O PDT passou a adotar uma postura agressiva. Nas redes sociais, Ciro disse o seguinte: “A tentativa de compra de votos por dinheiro de emendas ou ofertas mentirosas a Estados e municípios ronda, neste momento, até os partidos de oposição. Defenderei que o PDT expulse aqueles que votarem contra o povo nesta reforma de previdência elitista”.
No fim das contas, a fala de Ciro deixa a porta entreaberta para sugerir que parlamentares do PDT, inclusive Tabata, estão se vendendo. Talvez não seja o comentário mais adequado para a situação, considerando que até governadores petistas e aliados de Ciro, como Camilo Santana, são favoráveis à aprovação da reforma.
Estudante de escola pública, Tabata Amaral recebeu uma bolsa integral para fazer graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Formou-se em Ciência Política, em 2016, e, de volta ao Brasil, foi eleita deputada federal pelo PDT de São Paulo, nas eleições de 2018. Uma de suas principais bandeiras é a defesa por uma Educação de qualidade para redução das desigualdades no Brasil. Ou seja, uma bandeira com forte relação com cirismo no Ceará.
Vejam o que a deputada escreveu em seu Facebook a respeito da reforma da Previdência:
Vitória da bancada feminina! A proposta do governo para a Reforma da Previdência aumentava o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos para homens e mulheres. No entanto, na média, as mulheres contribuem apenas 18 anos. O aumento para 20 anos inviabilizaria a aposentadoria de milhões de mulheres. Nós, da bancada feminina, não aceitamos! Nos unimos, pressionamos e negociamos. O governo havia se comprometido em aceitar nossa proposta. Quando o texto chegou ao plenário, não havia a alteração combinada. Hoje nossa luta foi concluída e conseguimos que todo o cálculo da aposentadoria fosse revisto e, agora, as mulheres terão direito a receber 60% do valor do benefício a partir dos 15 anos de contribuição.
 

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