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Hapvida faz proposta de fusão à Intermédica; negócio pode criar empresa de R$ 100 bi

Hospital da Notre Dame Intermédica. Foto: Divulgação

Átila Varela
atila@focus.jor.br

O ano de 2020 marcou o Hapvida como um dos playes mais ousados no que diz respeito às aquisições. A companhia cearense, que expandiu operações em praticamente todas as regiões do País, já pensa alto: uma fusão com o a Notre Dame Intermédica, player que atua nas regiões de Santos, Rio de Janeiro, Campinas e Sorocaba.

Não se trata de boataria. As negociações ocorrem de fato. Nesta sexta-feira, 8, o Hapvida apresentou aos membros do conselho da Intermédica proposta para potencial de combinação de negócios. Também representaria a consolidação das bases acionárias das empresas.

“Se consumada a combinação de negócios proposta, a companhia (Hapvida) permanecerá com suas ações negociadas no Novo Mercado da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), sendo que os atuais acionistas da companhia e da GNDI (Intermédica) passarão a deter, respectivamente, 53,1% e 46,9% da companhia (nova empresa), após a combinação dos negócios”, destaca um trecho do fato relevante publicado.

A potencial transação estará sujeita à aprovação pelos órgãos de administração e pelas bases acionárias das duas companhias.

Se o negócio de fato for consolidado, o mercado de saúde pode visualizar a criação do maior player do País. Isso porque o Hapvida possui aproximadamente 6,4 milhões de beneficiários – sendo 3,4 milhões de planos de saúde e outros 2,8 milhões em planos odontológicos. Já a Intermédica  afirma ter 6,2 milhões usuários, mas não especifica a divisão.

Hoje o valor de mercado do Hapvida é R$ 53 bilhões. Já o da Intermédica gira em R$ 48 bilhões. A concretização pode criar uma empresa com R$ 100 bilhões de valor B3.

Negativa americana

O Bain Capital, grupo americano que detém 22% da Intermédica desde 2014, bateu o pé no chão e afirmou que não tem interesse em ser acionista minoritário. Ainda não há informações de como a companhia cearense agirá, mas pode ser por meio de um arranjo de empresa de capital pulverizado. Na segunda opção, os investidores dos EUA receberiam em dinheiro a parte comprada pelo Hapvida.

Mercado financeiro boquiaberto

Um investidor do mercado de capitais fez uma análise da eventual fusão. “O que posso dizer é que nunca tinha visto um case como esse do Hapvida. Eles surpreendem pela competência e ousadia da gestão. Até os gestores de private equity da Faria Lima, a avenida do poder financeiro de São Paulo, ficam boquiabertos. A percepção depois de tudo é que o Hapvida está apenas começando em um mercado cheio de vácuos e possibilidades. Existe ainda muita assimetria no valuation da empresa. Tanto é que eu continuo comprando”.

Saída de Bruno Cals

A saída do diretor Superintendente Financeiro e de Relações (CFO), Bruno Cals, pode ser visto como prelúdio do futuro negócio. O executivo comunicou sua renúncia ao conselho de administração do Hapvida na última segunda-feira, 4.

Disse ao Focus que irá tocar “projetos pessoais”, sem mencionar quais são estes.

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