Edvaldo Araújo
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O deputado José Guimarães (PT) revelou que abriu “diálogo” com o presidente do MDB, Eunício Oliveira, discutindo uma provável aliança MDB-PT em Fortaleza, em 2020. A informação foi dada ao jornal O Povo e causou estranheza a algumas lideranças do PT. Embora já tenha participado de outras alianças com o PT em Fortaleza, o histórico recente desta relação é de um distanciamento e de arestas não resolvidas.
O distanciamento entre o MDB e os petistas de Fortaleza começou com a decisão dos emedebistas de apoiar Roberto Cláudio em 2012, inclusive indicando o vice, Gaudêncio Lucena. Posteriormente, Eunício lançou-se ao governo, contra o petista Camilo Santana. A participação de Eunício no processo de impeachment de Dilma azedou de vez a relação.
A reaproximação só foi possível, em 2018, quando o PT abriu mão de indicar um candidato ao Senado, que teoricamente beneficiaria Eunicio em sua campanha de reeleição ao Senado, graças ao aval e o peso político do Governador Camilo Santana. Mesmo assim, a participação do partido na campanha de Eunício foi praticamente nenhuma.
Guimarães, ao anunciar um diálogo com Eunício Oliveira, põe fogo na relação entre o PT e o PDT e isola ainda mais Camilo Santana no âmbito do partido.
A questão é saber se, diante do resultado da última eleição interna, Guimarães terá força para bancar esta reaproximação do presidente do MDB com os petistas?
Na configuração interna em que nenhuma das forças petistas em Fortaleza detém a hegemonia, manter conversas é do jogo. Pode até dar em algo, mas pode não significar avanço real. Nestes casos, como diria Garrincha, melhor combinar antes com os “russos”.
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