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Governadores querem que Bolsonaro abra mão do PIS, Cofins e Cide dos combustíveis

Bomba de gasolina.
Abastecimento de veículo. Foto: Pixabay

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Os governadores dos estados e do Distrito Federal rebateram o desafio do presidente Jair Bolsonaro. Em nota conjunta, os mandatários afirmaram que existe um “enorme interesse” em viabilizar a diminuição do preço dos combustíveis.

“No entanto, o debate acerca de medidas possíveis para o atingimento deste objetivo deve ser feito nos fóruns institucionais adequados e com os estudos técnicos apropriados”, destaca um trecho da publicação.

E mais: eles querem que o Governo Federal abra mão das receitas de PIS, Cofins e Cide advindas de operações com combustíveis. A resposta ocorre após o presidente prometer zerar os tributos federais caso os mandatários zerassem o ICMS dos combustíveis na manhã de hoje, 5.

Abaixo, a nota na íntegra dos governadores dos estados e do Distrito Federal

Diante da forma como o tema foi lançado pelo Presidente da República, exclusivamente por intermédio de redes sociais, cumpre aos Governadores esclarecer que:

1 – O ICMS está previsto na Constituição Federal como a principal receita dos Estados para
a manutenção de serviços essenciais à população, a exemplo de segurança, saúde e
educação.

2 – O ICMS sobre combustíveis deriva da autonomia dos Estados na definição de alíquotas
e responde por, em média, 20% do total da arrecadação deste imposto nas unidades da
Federação. Lembramos que 25% do ICMS é repassado aos municípios.

3 – Segundo o pacto federativo constante da Constituição Federal, não cabe à esfera federal
estabelecer tributação sobre consumo. Diante do impacto de cerca de 15% no preço final
do combustível ao consumidor, consideramos que o Governo Federal pode e deve
imediatamente abrir mão das receitas de PIS, COFINS e CIDE, advindas de operações com
combustíveis.

4 – O Governo Federal controla os preços nas refinarias e obtém dividendos com sua
participação indireta no mercado de petróleo – motivo pelo qual se faz necessário que o
Governo Federal explique e reveja a política de preços praticada pela Petrobras.

5 – Os Estados defendem a realização de uma reforma tributária que beneficie a sociedade
e respeite o pacto federativo. No âmbito da reforma tributária, o ICMS pode e deve ser
debatido, a exemplo dos demais tributos.

6 – Nos últimos anos, a União vem ampliando sua participação frente aos Estados no total
da arrecadação nacional de impostos e impondo novas despesas, comprimindo qualquer
margem fiscal nos entes federativos.

Os Governadores dos Estados e do Distrito Federal clamam por um debate responsável
acerca do tema e reiteram a disponibilidade para, nos fóruns apropriados, debater e
construir soluções.

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