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Folha publica diálogos em que procuradores planejam montar empresa para ganhar com palestras

Equipe Focus
focus@focus.jor.br
Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato planejaram a criação de empresas para lucrarem com palestras e eventos, conseguidos a partir da fama da operação. O planejamento esta descrito em suspostos diálogos  – atribuídos ao coordenador da Operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, e a outros procuradores – obtidos pelo site Intercep Brasil e divulgados neste domingo, 14, pelo jornal Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, a legislação não proíbe que procuradores sejam sócios, investidores ou acionistas, desde que não tenham poderes de administração ou gestão da empresa. Em nota, os procuradores afirma não reconhecer o conteúdo das mensagens e que o material “não pôde ter seu contexto e veracidade comprovado”.
“Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”, teria afirmando o procurador Dallagnol em conversa com a esposa, através de um chat criado em fins de 2018, especificamente para discutir a criação da empresa. O grupo foi montado com Dallagnol, o procurador Roberson Pozzobon, também da Operação Lava Jato e as esposas dos dois.
O objetivo, após várias conversas, seria, segundo os diálogos, abrir uma empresa em nome das esposas e transferir a organização de eventos para firma Star Palestras e Eventos.
Mas adiante, segundo publicou a Folha de S.Paulo, o Coordenador da Lava Jato comenta sobre os ganhos com palestras e eventos realizados em setembro de 2018. “As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k. Ótimo… 23 aulas/palestras. Dá uma média de 10k limpo”, afirmou.
O procurador também manifestou a expectativa para o fechamento de 2018. “Se tudo der certo nas palestras, vai entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano. Total líquido das palestras e livros daria uns 400k. Total de 40 aulas/palestras. Média de 10k limpo”, disse o procurador.
Em 2016, Dallagnol havia faturado R$ 219 mil com as palestras.
Como procurador, o coordenador da força-tarefa recebe um salário bruto de R$ 33.689,11 por mês, conforme o portal de transparência do MPF –  um total que pode superar R$ 430 mil neste ano. Em 2018, ele recebeu cerca de R$ 300 mil em rendimentos líquidos, sem considerar valores de indenizações.
O jornal também publicou mensagens que revelam que Dallagnol usou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria para organizar sua vida de palestrante. As mensagens contêm pedidos de registro de recibos e contratos relativos aos eventos, além da administração do fluxo de convites que ele recebia.
 
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