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Fecomércio: Dois pesos, duas medidas

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Nos últimos dias, as eleições da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio) tem ganhado contornos inéditos e extra corporis que impõem questionamentos em função da dimensão e influência da entidade.

O processo eleitoral voltou a ser judicializado. A chapa de oposição, liderada pelo atual vice-presidente Maurício Filizola, alega agora irregularidade na data escolhida para a votação prevista para esta terça-feira, 5.

O argumento: suposta falta de sincronia com o calendário eleitoral da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A tese da oposição foi incialmente deferida pelo TRT no último domingo, 3.

Num primeiro momento, o argumento parece até possuir algum fundamento, porém cai por terra quando se leva em consideração a postura da CNC em circunstâncias anteriores relacionadas a uma eleiçção de Federação já ocorrida, fato que alimenta a suspeita de, digamos, parcialidade em relação à Fecomércio do Ceará.

Sabe-se do alinhamento de Filizola com José Roberto Tadros, presidente da CNC, que tem no empresário cearense um afilhado político-sindical. Sabe-se também que os dois empresários nutrem rivalidade política com Luiz Gastão Bittencourt, atual presidente da Fecomércio Ceará, que disputa a reeleição.

Provável estimulador do movimento no tapetão do Judiciário em relação às eleições da Fecomércio-Ceará, o presidente da CNC age de maneira diversa quando as eleições sindicais envolvem uma entidade que tem um aliado no comando.

Print de notícia veiculada no site da CNC: sincronia só quando convém?

Em 28 de março passado, por exemplo, foi tranquilamente realizada a eleição na Fecomércio do Mato Grosso, que confirmou a reeleição do empresário José Wenceslau de Souza Júnior (veja o print ao lado). Portanto, a federação daquele estado foi a primeira do País a realizar seu escrutínio. Claro, sem a alegada sincronia.

Portanto, considerando o caso cearense, a eleição lá não teria agido em conformidade com o estatuto da Confederação. Porém, o que se viu no site da instituição foi uma publicação enaltecendo a vitória do aliado do presidente da CNC.

Por isso, a redação do Focus.jor envia pergunta à CNC e à Fecomércio do Mato Grosso se as eleições daquela entidade estão de acordo com o alegado “sincronismo eleitoral”. Pergunta também se há algum impedimento dos eleitos em participar do pleito da CNC e ainda se pode haver uma intervenção nacional no Sesc e/ou no Senac do Mato Grosso.

Afinal, são essas as ameaças que, segundo apurou o Focus, estão sendo dirigidas ao atual comando da Fecomercio do Ceará. Esse tipo de movimento, incluindo a judicialização, é típico de disputas eleitorais. Típico também de quem está com dificuldades no pleito. Porém, é uma postura desaconselhável. Afinal, quem mais perde é a própria entidade e categoria que a faz.

A propósito, as eleições da Fecomércio do Ceará estão marcadas há meses. Não faz tempo, durante reunião acerca de formação de juntas mais amplas de apuração dos votos (são apenas 34 sindicatos aptos a votar) nem sequer houve questionamento quanto à data da eleição.

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