Átila Varela
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Exclusivo. Concessões e arrendamentos já fazem parte da rotina do Porto do Mucuripe. A novidade, no entanto, é a aposta da Companhia Docas do Ceará (CDC) em uma área de 25 mil metros quadrados que se encontra ociosa.
“É um terreno vazio, onde passa a linha férrea da Transnordestina. Queremos a melhor destinação para ela”, destaca a presidente da CDC, Mayhara Chaves. O espaço é o antigo pátio de triagem ferroviária do porto.
Segundo ela, o local é ideal para implantação de diversos empreendimentos. “Poderá ser uma fábrica, uma área para instalação de uma misturadora ou qualquer outra coisa que não esteja ligada à área portuária. Uma agência de veículos ou instalação comercial, quem sabe”, explica Mayhara. Para agilizar o processo de arrendamento da área, assim com o aval da União, o diretor comercial da CDC, Mário Jorge Cavalcanti, está em Brasília conduzindo os trâmites do processo.
A executiva também lembra do arrendamento da retroárea do Cais Pesqueiro, onde será instalada uma indústria de beneficiamento de pescados com estimativa de geração de 300 empregos e previsão de inauguração no começo de 2021. Outro ativo na lista de concessões é o Terminal de Granel Sólido Vegetal, cujo processo está em andamento.
Enxugamento da máquina
Afogado em dívidas, o Porto do Mucuripe teve de se reinventar para não afundar ainda mais. Mudou do vermelho para o azul.
“O porto tinha dívidas com fornecedores e empresas terceirizadas. Uma das nossas primeiras ações foi regularizar os pagamentos. A receita é a mesma, o trabalho é o mesmo. O que fazemos é a gestão dos recursos. O que vejo é que outras administrações faziam apenas o básico e o essencial”, respondeu Mayhara.
Legislações, otimização de atividades e recuperação de crédito são algumas das estratégias para o crescimento do posto, assim como a formatação de parcerias. “Nosso Ebitda vai alcançar um patamar próximo do ano passado”, pontua. Em 2019, o Ebitda da CDC cresceu 180% em comparação com 2018.
Outra boa notícia é a entrada de R$ 600 mil do Governo Federal para o Porto do Mucuripe.
Ações contra a COVID-19
Após os primeiros casos confirmados do novo coronavírus em Fortaleza, a companhia adotou uma série de medidas. “Afastamos as pessoas do grupo de risco. Outras passaram para home office ou tiveram férias. Grande parte desses colaboradores (grupo de risco) estão em trabalho remoto”, comentou.
Outra medida que facilitou foi a implementação de processos eletrônicos, diminuindo o uso de papel e uma eventual transmissão do patógeno. “Além de agilizar os processos no porto, evita que as pessoas sejam contaminadas”, ressalta.
Na semana passada, o porto ainda recebeu uma ação de testagem massiva para COVID-19, com foco nos colaboradores e terceirizados da poligonal, além de servidores de órgãos federais intervenientes que atuam no Mucuripe. “Todos os colaboradores da CDC testaram negativo para o coronavírus”, finaliza a executiva.
