Átila Varela
atila@focus.jor.br
Exclusivo. A pandemia que acossou as empresas não esmoreceu as atividades do Grupo Marquise. A prova disso é o resultado alcançado em 2020: faturamento de R$ 1,2 bilhão.
Ainda que ocorresse uma sensível redução de 1,4% em comparação com o ano passado, os números detalhados nas demonstrações contábeis mostram que o grupo empresarial percorreu um caminho prudente, mas sem abrir mão de investir.
Um dos marcos da companhia cearense é sua expansão em São Paulo, com a Marquise Incorporações. Na capital paulista, construirá um edifício residencial no bairro Vila Nova Conceição, considerado o mais caro metro quadrado da cidade. Terá vista permanente para o Parque do Ibirapuera.
O presidente e acionista do Grupo Marquise, José Carlos Pontes, detalhou os números ao Focus, falou dos movimentos da companhia e do projeto da usina de dessalinização a ser implantada na Praia do Futuro.
Focus – Como foi o ano de 2020 para o Grupo Marquise?
José Carlos Pontes – A performance de 2020 foi muito boa, dada a situação atípica vivida no País e no mundo. Mesmo com lockdown, onde tivemos o fechamento do Shopping Parangaba, Centro Fashion e Hotel Gran Marquise, além da suspensão da operação presencial do Vapt Vupt, tivemos uma redução mínima de 1,4%, com relação ao exercício de 2019.
Registramos R$ 1,23 bilhão de faturamento e R$ 262 milhões de EBITDA em 2020.
Focus – Em algum segmento o Grupo Marquise se destacou mais?
JCP – Não existe um segmento do Grupo Marquise que tenha se destacado mais que o outro. O Grupo, em seu coletivo, teve um ano de 2020 de muita superação, renovação e conquistas. Mesmo aqueles negócios mais atingidos pela pandemia tiveram destaques por meio da sua resiliência, capacidade de inovar, se reinventar e tirar máximo proveito da crise, com muito trabalho e criatividade.
Destacamos três breves exemplos de conquistas em 2020: a aquisição da empresa CTR Bahia (empresa de gestão de resíduos industriais naquele Estado), pela nossa área Ambiental; a conquista da PPP da Planta de Dessalinização de Fortaleza (a primeira usina de grande porte no Brasil) pela nossa área de Infraestrutura; e a expansão da área de atuação da nossa Incorporadora para São Paulo, com a aquisição de um excelente terreno na Vila Nova Conceição com vista permanente ao Parque Ibirapuera.
Focus – Como a empresa soube lidar com a pandemia?
JCP – A pandemia está sendo, de fato, um momento delicado para as pessoas e empresas. Por outro lado, nós do Grupo Marquise não baixamos a cabeça nem por um segundo. Em cada área de negócio, inclusive nas áreas corporativas, foram tomadas ações que priorizaram a saúde de nossos colaboradores, fornecedores e clientes.
Logo que surgiu a pandemia, imediatamente criamos um comitê de crise que passou a se reunir com frequência e tomou tantas medidas de ajuste que será difícil enumerá-las.
Estamos passando por esse “teste de stress”, termo comumente usado na engenharia, com altivez, ousadia com responsabilidade e sabendo que, apesar de 46 anos de existência, a empresa está cada vez mais jovem, criativa e com vontade de evoluir sempre.
Focus – Qual a expectativa com relação ao projeto da usina de dessalinização na Praia do Futuro? Previsão de início das obras?
JCP – Estamos no momento cuidando dos trâmites pré-contratuais tais como abertura da SPE (Sociedade de Propósito Específico), emissão de garantias, etc. Após assinatura do contrato e liberação da ordem de serviço, teremos 17 meses para concluir diversos estudos técnicos e ambientais. Passada essa etapa, teremos 24 meses para a execução das obras. Depois disso, a usina deve entrar em operação, o que deve ocorrer em meados de 2024.
As expectativas do Grupo Marquise são as melhores. Já contamos com equipe técnica trabalhando e estamos satisfeitos em participar de um projeto dessa grandeza e relevância, tanto no sentido do pioneirismo, visto que será a maior planta do Brasil em capacidade de produção de água dessalinizada, como em relação à questão social assegurar água para pessoas, promovendo saúde e dignidade em uma região que sofre historicamente com desequilíbrio hídrico. Vamos empregar toda nossa capacidade técnica e operacional, além de tecnologias inovadoras para o sucesso do programa.
