Equipe Focus
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Um estudo feito na XP Asset, gestora dos fundos da XP Investimentos, mostra que o Programa Nacional de Imunização (PNI) será capaz de vacinar, até setembro deste ano, toda a população adulta do Brasil.
De acordo com o economista-chefe do grupo, Fernando Genta, essa parcela representa cerca de 135 milhões de pessoas, ou 85% dos brasileiros com mais de 18 anos.
“Nós assumimos que 85% da população brasileira vá querer se vacinar. Trata-se de um número alto, seja comparando com outros países, seja observando os números das faixas etárias que já estão sendo vacinadas no país. Como a população adulta no Brasil totaliza 159 milhões, nosso cenário considera que 135 milhões de pessoas vão querer se vacinar”, explica Genta.
Embora pareça uma conta otimista, a XP Asset alerta que os dados são mais conservadores do que os planejados pelo Ministério da Saúde. O estudo não consideram, por exemplo, nada de produção da Fiocruz no 2º semestre com insumos brasileiros e não considera as vacinas que a OMS prometeu. Além de colocar um atraso de dois meses na entrega de algumas vacinas, como da Pfizer.
“No caso da Fiocruz, trabalhamos com a hipótese de dois meses de atraso na entrega das 100,4 milhões de doses contratadas. As vacinas da Astrazeneca importadas da Índia ficarão zeradas até junho em nosso cenário (Ministério já tem retorno em abril). Por fim, consideramos que a Pfizer não entregará doses em abril e maio, dado o atraso das entregas observados em boa parte do mundo”, diz o estudo.
“Estamos mais otimistas do que o resto do mercado, mas não somos mais os únicos”, diz o economista.
Pelo levantamento, o destaque para velocidade de imunização se daria pela experiência do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O risco de logística também nos parece baixo. O SUS tem expertise de vacinação em massa, com várias campanhas bem sucedidas em sua história. Atualmente, já estamos vacinando cerca de 1 milhão de pessoas ao dia”, considera a XP.
Genta reforça que o estudo considera que os “imunizantes em questão tenham 90% de eficácia para casos graves (UTI e óbitos) e que façam efeito um mês após vacinação”.
Segundo o estudo, “as novas internações em UTI cairiam pela metade já em maio, uma vez que os idosos respondem por 60% dos leitos”.
“No caso de mortes, o impacto é ainda maior, uma vez que idosos respondem por 75% dos óbitos por Covid-19. As mortes já virariam o semestre 80% mais baixas do que em um cenário sem vacinas”.
