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Estado busca investidores para desenvolver usina de querosene verde no Aeroporto de Fortaleza

Abastecimento de aeronave. Foto: KLM

Átila Varela
atila@focus.jor.br

O Ceará pode largar na frente na produção de querosene verde e até substituir de maneira gradual o combustível tradicional usado na aviação. Isso porque o Governo do Estado tem buscado investidores para desenvolver uma usina-piloto no Aeroporto de Fortaleza.

De acordo com o secretário executivo de Comércio, Serviço e Inovação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Júlio Cavalcante, há tratativas com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ Alemanha) e com um engenheiro cearense com projetos na área.  As conversas estão sendo retomadas após a “pausa” ocasionada pela pandemia.

“O projeto envolve a busca para financiá-lo e viabilizá-lo. A própria Fraport (administradora do Aeroporto) se interessou em sediar a unidade”, explicou.

Atualmente a GIZ Alemanha encabeça uma parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia em um programa Pro QR.

Produção em contêineres 

O modelo de produção do querosene verde ocorreria em contêineres, dispensando a construção de grandes estruturas. “Há muitos aeroportos remotos que precisam de combustível para abastecer seus aviões. A alternativa seria instalar plantas conteneirizadas”, explica.  A medida se deve a questões logísticas. “Para cada litro de combustível que precisa ser entregue para abastecer um avião, outros dois são gastos”, disse Cavalcante.

“Nossa intenção é no prazo de dois anos termos esse projeto testado. Primeiro, precisamos do recurso financeiro para construir a planta. A partir daí, o negócio torna-se viável, especialmente como se está colocando na forma de contêiner”, pontua o secretário.

Outro caminho, mais a médio e longo prazos, é “exportar” as unidades via Zona de Processamento e Exportação (ZPE). “Combustíveis verdes possuem uma demanda mundial crescente. É uma argumentação para tentar desenvolver industrialmente, exportando 80% e vendendo os outros 20% para o mercado interno”, adianta.

O hidrogênio verde, em sua avaliação, poderia ser aos poucos inseridos na mistura do querosene tradicional até substituí-lo em sua totalidade. “Seria o mesmo processo que o diesel atualmente”.

Produção 

Júlio Cavalcante explica que a ideia é produzir combustível usando energia renovável (solar ou eólica) a partir do gás hidrogênio, que pode ser obtido da eletrólise da água.

“Uma vez retirando o H2 da cadeia da água, se insere o CO2 do ar para fazer a fusão. Assim, teríamos o ‘hidrocarboneto’ verde”, pontua.

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