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Entidade internacional chama atenção para culturas esquecidas

Equipe Focus
focus@focus.jor.br
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alerta sobre o baixo número de culturas em escala mundial, em nota publicada no seu site ,ontem,27.  Na texto, a entidade internacional aponta que somente 170 culturas são produzidas em escala comercial significativa dentro de um universo de 6 mil a 7 mil espécies de plantas comestíveis.
De acordo com a FAO, o ser humano depende apenas de 30 dessas culturas para nos fornecer as calorias e nutrientes de que necessita diariamente. Arroz, trigo e milho respondem por mais de 40% ingestão calórica diária do homem, culturas básicas, portanto.
Para os representantes da ONU, milhares de culturas foram esquecidas ou subutilizadas durante séculos. Uma das conclusões para isso, está no fato de que sejam cultivadas em pequenas áreas geográficas, tenham baixo rendimento, requeiram processamento prolongado, sejam suscetíveis a pragas ou porque simplesmente não tenham sido devidamente investigadas, nunca entraram no mercado mundial e, portanto, são desconhecidas para muitas pessoas.
Focus entrou em contato com o engenheiro de pesca cearense Felipe Matias, que já trabalhou na FAO e defende o melhor uso da tecnologia como forma de aumentar a produtividade e ao mesmo tempo ter uma sustentabilidade do negócio. Para Matias, “assim como as bananas, temos várias culturas esquecidas e deixadas de lado, muitas vezes por culturas não apropriadas ao ambiente de cultivo, especialmente no semi-árido nordestino. Além disso, temos também um enorme desperdício em toda a cadeia produtiva, que compromete a distribuição dos alimentos a quem mais precisa. As inovações tecnológicas podem e devem ser decisivas para esse desafio.”
No caso, a agência das Nações Unidas enumera cinco motivos para o reconhecimento dessas culturas, tendo como um dos fatores positivo a revolução no futuro da dieta:
1. Enriquecem nossas dietas. As culturas tradicionais são geralmente muito nutritivas e podem nos oferecer uma dieta mais equilibrada. Quinoa, por exemplo, é o único cereal que contém todos os aminoácidos necessários aos humanos. O bambara é uma importante fonte de proteína e o milheto é rico em cálcio e ferro.
2. Eles protegem nossa agricultura. Ao confiar em tão poucas colheitas para alimentar a maioria da população mundial, somos vulneráveis ​​a uma doença ou praga que pode destruir muitos dos nossos sistemas alimentares.
3. Combater a mudança climática com suas próprias armas. As culturas tradicionais são especialmente úteis, uma vez que muitas delas são resistentes ao clima, podendo, por exemplo, sobreviver a inundações ou secas.
4. Eles mantêm o conhecimento tradicional vivo. Não só as culturas tradicionais são ignoradas, mas também a maneira tradicional de plantá-las e colhê-las. Por exemplo, os povos indígenas usaram numerosos métodos agrícolas — como a agricultura em terraços — que são naturalmente sustentáveis.
5. Eles podem melhorar os meios de subsistência de pequenos agricultores e produtores locais. Algumas culturas tradicionais têm boas possibilidades comerciais e podem ser uma excelente cultura comercial para pequenos agricultores ou agricultores familiares. Por exemplo, a quinoa costumava ser uma cultura de subsistência em Bolívia, Peru e Equador, mas aumentando sua visibilidade e atraindo interesse, sua produção quase triplicou entre 1992 e 2010. Atualmente, ela é cultivada em mais de 70 países.
*Com informações FAO
*Foto: FAO

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