Por Fábio Campos
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Numa reviravolta que poucos analistas poderiam prever há apenas quatro anos, Lula retoma a Presidência da República na eleição mais disputada da História. Uma volta por cima depois de centenas de dias na cadeia. Uma volta por cima depois que o Brasil colocou no poder uma direita pouco letrada e pouco civilizada no comportamento.
Sim, a vitória de Lula foi a vitória do antibolsonarismo. É fundamental que o PT entenda tal circunstância. Uma fatia importante do voto de Lula em 2022 foi formada por eleitores que simplesmente agiram em rejeição a Bolsonaro.
E creiam: uma parte significativa dos votos de Bolsonaro é um exército que rejeita o PT.
Portanto, 2022 foi a disputa dos rejeitados.
Cumpra-se agora o rito legal. Rejeite-se qualquer tentativa de tulmutuar o processo. Em primeiro de janeiro de 2023, Lula será empossado pela terceira vez no cargo de presidente do Brasil.
É muito importante que o lulopetismo compreenda o recado das urnas. Um País eleitoralmente dividido, para começo de conversa. Um País que elegeu o menos rejeitado.
Há uma maioria em vigor no país. Uma maioria silenciosa que não tolera extremos e que não vai aceitar um presidente com soberba. Uma maioria que se dividiu entre um e outro.
Lula presidente, mas os governadores dos estados mais ricos e populosos do Brasil foram eleitos no âmbito político do bolsonarismo. em sentido contrário, um cenário que lembra 1982, quando Minas elegeu Tancredo Neves, São Paulo elegeu Franco Montoro e Rio elegeu Leonel Brizola. Três democratas que empurrarm a ditadura para o fim.
Agora não há uma ditadura, mas há uma circunstância que impõe a conciliação e a negociação política como elemento central da gestão. Que assim seja.
Com a derrota de Bolsonaro, termina um capítulo ruim de nossa História. A vitória de Lula é o fim do isolamento do Brasil. É o fim da degradação da ciência como método político.