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Em artigo, André Parente comenta o uso da Inteligência Artificial a favor da segurança

André Parente é advogado, CEO da Cryptomoneyjus Compliance, especialista em Direito da Tecnologia. Escreve mensalmente para Focus.jor sobre Direito e Tecnologia. Email: consultoria@cryptomoneyjus.com

Por André Parente
Post Convidado

INSIGHTS VIRTUAIS

A inteligência artificial está posicionada para provocar a disrupção do nosso mundo. Mas ainda no consenso popular, existe uma crença que essa tecnologia não poderá realizar atividades criativas, como compor uma música, desenhar um quadro e possuir uma inspiração.
Acontece que as máquinas modernas já possuem modelos de análise que permitem insights, portanto esses computadores são capazes de produzir decisões e resultados confiáveis e repetitíveis, e ao mesmo tempo obter alguns “insights” escondidos através do aprendizado das relações e tendências históricas nos dados.
Em outras palavras, em 2019 teremos máquinas que além de executar comandos, poderão prever cenários realísticos. Para termos uma ideia, essas máquinas, que até o ano passado podiam até ajudar possíveis candidatos a planejarem uma campanha vencedora a partir de uma big data do comportamento de usuários em redes sociais, agora já podem escrever o discurso em milésimo de segundos, discursar  analisando os sinais faciais do público presente e repercussões dentro da internet, podendo mudar o discurso em milésimos de segundos, através de um insight  .
Segundo especialistas, um insight é um acontecimento cognitivo que pode ser associado a vários fenômenos podendo ser sinônimo de compreensão, conhecimento e intuição. Algumas pessoas afirmam que um insight é a perspicácia ou a capacidade de apreender alguma coisa e acontece quando uma solução surge de forma repentina. Para maioria, é algo estritamente ligada ao homem, alguns acreditam que nem mesmo animais domésticos possuem tal característica.
Stephen Hawking em discurso um pouco apocalítico afirmou que “Todos os aspectos das nossas vidas serão transformados pela Inteligência Artificial” e isso pode ser “o maior evento na história da nossa civilização”. Aliás, em relação à IA, percebemos que o ano de 2018, o deep learning representou um grande avanço, porém, ainda é um potencial inexplorado. Essa tecnologia baseia-se em redes neurais complexas que processam informações utilizando várias arquiteturas, compostas por camadas e nós, que se aproximam das funções dos neurônios em um cérebro humano.
Cada conjunto de nós na rede executa uma análise diferente de padrões, nunca antes vista. Já o machine lerning, que pode ser traduzido como aprendizado de máquina ou aprendizagem de máquina, é um sistema que pode modificar seu comportamento autonomamente tendo como base a sua própria experiência. Portanto, caso a máquina perceba algum erro, ou tenha um insight partir de um dado, ela mesma corrige e modifica seu funcionamento.
Os governos deverão utilizar essa tecnologia para monitorar vídeos e identificar atividades suspeitas em locais públicos. Muitas aplicações militares, incluindo drones, também dependem da inteligência artificial. Além da segurança, a inteligência artificial vem sendo utilizada no controle de tráfego – por exemplo, sensores e câmeras que permitem mudar a temporização e a sequência dos semáforos conforme o número de carros na rua.
Em algumas lojas, a IA já vem ajudando a detectar furtos e trazem melhorias adicionais aos caixas automatizados. Inúmeros varejistas vêm desenvolvendo sistemas-piloto que utilizam câmeras e sensores para detectar quando um comprador retira algum item da loja ou o devolve. Depois que o cliente deixa a loja, sua conta é atualizada com o respectivo débito ou crédito.
Outros varejistas utilizam vídeos nas lojas para auxiliar os vendedores. Se as câmeras detectam um comprador contemplando uma prateleira, o sistema notifica um vendedor para que venha prestar assistência. No futuro, talvez vejamos ainda outros aprimoramentos nesta área, incluindo sistemas de IA que identifiquem clientes com alto potencial de compra analisando determinadas características, como expressão facial (indicativa do estado de ânimo), roupas e/ou o número de acompanhantes.
A IBM lançou o Q System One, primeiro computador quântico disponível para o mercado. A proposta do Q System One é permitir que empresas e outras organizações possam executar projetos de computação quântica com um nível tão próximo quanto possível da confiabilidade de um mainframe. Segundo o Rudy, pesquisador da IBM “Ele vai ser infinitamente mais rápido que os tradicionais computadores.
Cientistas que desenvolvem remédios, novos materiais e pesquisas matemáticas, poderão ter a resposta para seus problemas em segundos. E vai resolver problemas que a computação atual não consegue. Até hoje, por exemplo, não deciframos a mecânica de uma molécula de café. Eu, como cientista, apenas creio que os negócios, o ensino e o mundo vão para um novo patamar com a computação quântica. Qual patamar? Não arrisco dizer…”
A Google, Microsoft, Intel entre outros líderes de inovação também investem bilhões nessa nova Era. Ressaltamos aqui, um conceito de uma tecnologia disruptiva que é a integração de todos os equipamentos com a mesma linguagem. Nesse tópico, o Brasil deverá regular a Internet das Coisas (IoT) e não inventar uma tomada que só existe aqui.
O conceito de rede, de compartilhamento marca presença, com a promessa de funcionamento com produtos de outras marcas. As empresas deverão deixar seus sistemas abertos para que os usuários possam integrar todos esses sistemas, por exemplo, a pessoa poderá com um celular monitorar as câmeras da sua residência, seus veículos, televisão, geladeira, entre outros aparelhos, assim como ter todas as prestação de contas do governo.
Nessa atual configuração, outros aspectos passaram a ter relevância na sociedade: valorizou-se o conhecimento; a riqueza dos países passou a ser medida pelo acesso à tecnologia e sua capacidade de desenvolvimento na área; a informação e as práticas relacionadas a ela se tornaram o principal setor da economia. Estes três principais fatores levam hoje à instauração de um simbolismo da tecnologia como bem maior, a ser perseguido e incorporado em novas práticas sociais.
Acredito que, se um país ou mercado local esperar dois a três anos para estabelecer uma estratégia tecnológicas e fazer suas apostas, é improvável que consiga recuperar o ímpeto inicial neste mercado em rápida evolução. De modo geral, a comunidade sabe qual valor está em jogo e está disposta a continuar avançando, mas carecem de uma estratégia forte por parte da sociedade civil, já que o Estado brasileiro continua cambaleando numa guerra contra a corrupção. A questão-chave é saber quem seguirá nesta direção antes que a janela de oportunidade se feche.

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