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Eleições e o debate sobre segurança pública. Por Ricardo Valente Filho

Ricardo Valente Filho Advogado e ex-presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará. Foto: Divulgação

Os números estarrecedores da violência no Ceará e em todo o país demonstram que esse é um problema crônico e de difícil solução em nossa sociedade. Não é de se espantar, portanto, que seja um assunto central dos discursos políticos em período eleitoral e que, campanha após campanha, surjam candidatos que exploram as falhas na segurança pública em busca de votos. O resultado é a politização de um tema complexo que ultrapassa divergências ideológicas para atingir o cidadão no âmago da vida em sociedade.

Diante desse cenário, vemos o número de profissionais da área ocupando ou pleiteando ocupar cargos públicos crescer significativamente e levantar o questionamento sobre a instrumentalização da atividade policial para fins políticos sob o risco de agentes públicos aderirem a pautas partidárias ou ideológicas específicas em detrimento de seu papel social.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020, 7.258 candidatos da área da segurança pública disputaram cargos de prefeito e vereador em todo o país, um crescimento de 3% em relação ao pleito municipal anterior.

Ao lado desses dados, vemos velhas promessas se repetirem e proposições rasas, muitas vezes inaplicáveis, rechearem discursos eleitoreiros. O quadro acende o alerta sobre os riscos para a sociedade quando polícia e política se confundem, visto que esse é um tema que não pode ser tratado como prioridade apenas no período eleitoral.
No pleito que se aproxima é impossível – e nem se deve – fugir da pauta.

O debate, no entanto, precisa ser feito com a maturidade, seriedade e responsabilidade que o tema da segurança pública exige para que o cidadão não permaneça à mercê do aproveitamento político da violência em detrimento da sua segurança.

Por isso, aos candidatos, nosso pedido de responsabilidade e, aos eleitores, cuidado para não caírem em falsas promessas. Só avançaremos quando a segurança for uma política pública prioritária e não escada para ascensão política pessoal.

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