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Documentos mostram que governo desconfiava da Pfizer e da Janssen, enquanto apostava em spray

Comitiva do Brasil. Foto: Itamaraty

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

O Governo Federal tinha, ainda em fevereiro deste ano, resistência em fechar contratos para a compra das vacinas contra a COVID-19 da Pfizer e da Janssen, ao mesmo tempo em que postava no spray nasal israelense.

A informação consta em telegramas secretos do Ministério das Relações Exteriores enviados à CPI e obtidos pelo jornal O Globo. Em um deles, enviado pelo Itamaraty a 19 embaixadas brasileiras em 24 de fevereiro, o governo solicitava que os diplomatas sediados em diferentes países fizessem uma “consulta informal às autoridades locais” sobre os termos dos contratos assinados os laboratórios.

“No intuito de subsidiar e orientar o seguimento das negociações, e em que pese a confidencialidade dos contratos, muito agradeceria a Vossa Excelência a gentileza de consultar informalmente as autoridades locais, a fim de averiguar como foram recebidas e processadas as referidas questões contratuais com o laboratório Pfizer, no que se refere a vacinas contra a Covid”, diz um trecho do telegrama, classificado como “secreto” e com prioridade “urgente”.

Foram citadas “a assunção, pelo governo, da responsabilidade civil por eventuais danos colaterais das vacinas”, “a alienação de ativos do país no exterior em benefício da farmacêutica como garantia de pagamento” e “a determinação de que eventuais litígios entre empresa e governo sejam resolvidos na Câmara Arbitral de Nova York”.

Dias depois, o Planalto mostrou sua aposta em um spray nasal experimental contra a COVID-19. Em 6 de março,  um comitiva foi a Israel para conhecer o produto sem eficácia comprovada contra a doença. Na ocasião, embarcaram o ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Além do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

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