Equipe Focus
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Parte de uma entrevista do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, ao jornal Valor aborda temas relacionados à crise de violência no Ceará praticada por bandidos organizados em facções criminosas. Vejam trechos.
Quem é Santos Cruz
General três estrelas do Exército, Santos Cruz tornou-se uma legenda nas Forças Armadas porque depois de comandar a operação de paz no Haiti, transformou-se no primeiro general brasileiro a chefiar tropas em inédita ofensiva de guerra das Nações Unidas no Congo. Depois de voltar da África, há três anos, ocupou a Secretaria Nacional de Segurança Pública e voltou a ser requisitado para missões na ONU. Estava em Bangladesh, ministrando treinamento de forças internacionais, quando foi recrutado por Jair Bolsonaro para ajudá-lo na campanha. Em 48 anos de carreira, será a primeira vez que passará quatro anos na mesma casa. “Em missões internacionais recebia cinco vezes o que vou ganhar aqui. Vim para ajudar um amigo e servir ao país”.
Negociar com grupo de criminosos é a desmoralização da autoridade
Fui secretário Nacional de Segurança Pública. Não admito que o Estado tolere ousadia do crime organizado. Uma coisa é discutir o sistema prisional. Agora, não tem negociação com criminosos. Tem que ser confrontado e tem que ser submetido à lei. Negociar com o PCC ou com qualquer grupo de criminosos é a desmoralização da autoridade.
Excludente de ilicitude e atirar em quem porta fuzil
Mas você tem os excludentes de ilicitude. [Atirar em quem porta um fuzil] Isso aí é problema de interpretação. Um sujeito com um fuzil ameaça mesmo sem estar apontando pra você. Você está em Fortaleza à noite, vê um cara com fuzil. Vai deixar que ele incendeie ônibus, mate civis, sequestre crianças e taque fogo em agência bancária? É loucura de interpretação.
Tem que ser zero grau de risco para o policial e o máximo para o bandido
O sujeito que vai combater o criminoso sai tenso e a família fica tensa sem saber se ele vai voltar. Tem que ser zero grau de risco para o policial e o máximo grau de risco para o bandido. Essa é a regra. Por que vai arriscar o policial na mão de bandido que tem a ousadia de ameaçar o governo? Destruímos o princípio da autoridade cedendo terreno pra esse tipo de organização criminosa. Tem que ir pro confronto e eles vão perder. Ou assume as responsabilidades e enfrenta o crime organizado ou vira um estado criminoso.
Armar a população é solução?
Isso não está relacionado só à segurança pública mas a um princípio de legítima defesa de liberdade individual. Da sua liberdade de defender o seu patrimônio e sua vida. Se você for ver o Uruguai é um dos países com o maior índice de posse de arma e um dos menores índices de crime.
Tentativa de destruir viaduto no Ceará é terrorismo
O Estado foi criminoso quando desarmou o cidadão sem condições de desarmar o bandido. O bandido que chega no sinaleiro assalta você e tem absoluta certeza de que no carro não tem ninguém armado. Você tem milhares e milhares de armas de guerra no Rio de Janeiro. Hoje o sujeito assalta um carro de pipoca no Rio com um fuzil. Ele atira em você com uma [Browning] ponto 50 que não tem blindagem que segure. O que fizeram agora tentando destruir ponte no Ceará é terrorismo. Você está destruindo um bem público por onde passam cidadãos que vão pegar ônibus pro trabalho. Tem que parar com besteirada de interpretação e colocar a lei em favor do cidadão e do policial.
Incendiar ônibus é terrorismo em qualquer lugar do mundo
Incendiar ônibus em qualquer lugar do mundo é terrorismo. Vai incendiar ônibus na França, na Inglaterra, pra ver se não é terrorismo. Nós perdemos a noção baseados em falsas premissas. Uma coisa é você defender a dignidade do bandido no momento em que ele está sob a custódia do Estado ou prender o sujeito porque está armado sem autorização. Outra coisa é o cara com um fuzil na porta da favela.
Operação Big Brother: Dayany destaca “insatisfação” com o resultado do inquérito das câmeras escondidas em seu apartamento
No apartamento da deputada federal cearense Dayany Bittencourt (UB), em Brasília, foram encontradas quatro câmeras escondidas, sendo uma delas no banheiro. Os responsáveis pela instalação