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Entre a cruz e a espada, Dias Toffoli assume o STF


Edvaldo Araújo
edvaldo@focus.jor.br
 
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli assume a Presidência da Corte, nesta quinta-feira, 13, em substituição a ministra Carmen Lúcia. Por dois anos, Toffoli comandará a principal corte jurídica do País. De perfil “conciliador” e “pacificador”, ele afirma que irá procurar diminuir o tom da pauta do Supremo, cuja temperatura tem aumentado muito rapidamente desde a presidência de Joaquim Barbosa e o julgamento do mensalão.
O desafio então será harmonizar esta necessidade interna de arrefecer os ânimos, para que o Supremo possa trabalhar mais tranquilamente com pautas centrais da República, com a cobrança da sociedade, que ver centenas de pautas se acumularem sem julgamento. 
Como o presidente do STF também acumula a presidência do CNJ, Toffoli também herdará o papel de conduzir as pautas referentes ao desempenho do Judiciário brasileiro. E neste caso, as pressões acontecem de todos os lados.
Ao conduzir estas pautas, o novo presidente do STF terá que romper com a desconfiança que sempre o cercou. Aos 50 anos, Dias Toffoli é a pessoa mais jovem a ocupar o cargo. Porém, não é na idade que reside a desconfiança, mas no seu pedigree. Apareceu para o cenário nacional como advogado do PT. Posteriormente foi assessor de José Dirceu na Casa Civil e Advogado Geral da União. Chegou ao Supremo pelas mãos do ex-presidente Lula. E para demonstrar que superou a fase partidária não vai lhe bastar “ter o gabinete organizado” – termo usado pelo ministro Gilmar Mendes para reforçar os atributos de Toffoli de bom gestor. 
Recentemente, quando teve que votar pautas da Lava Jato, e se posicionou favoráveis a pleitos dos acusados, Toffoli viu seu capital – construído por diversos votos contrários a Lula e ao PT – ir por água a baixo.
Por tudo isso, Toffoli caminhará por dois anos na lâmina de uma navalha. Conduzindo o STF como conciliador e trazendo tranquilidade a corte, será elogiado. Porém, bastará uma jogada confusa para ver surgir as desconfianças.
E mesmo com a possibilidade de entrar para história com imagens tão díspares, Toffoli só não poderá assumir um papel: agir como Pilatos.
 
 

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