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Desafios da liderança universitária na economia digital, por Antônio Colaço Martins Filho

Antônio Colaço Martins Filho.

Por Antônio Colaço Martins Filho
Post convidado

Uma instituição de ensino congrega atividades de diversas naturezas. Algumas são mais repetitivas e voltadas à manutenção da operação – elaboração da folha de pagamento, cumprimento de obrigações tributárias acessórias etc. Outras demandam a constante adaptação em face das exigências dos clientes e das possibilidades tecnológicas que se apresentam.

As diferentes realidades impelem os lideres a adotarem metodologias distintas de gestão a depender da área de atuação. Assim, por exemplo, o lançamento de uma nota fiscal no sistema para pagamento pode ser eficazmente resolvido por uma sequência de atos repetitivos, com uma colaboradora diferente para cada atividade. Para essa atividade, parece-nos adequado que a líder adote fluxogramas rígidos, mantenha um organograma rígido e verticalizado, e priorize a regularidade e a estabilidade.

Por outro lado, atividades como a gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA demandam adaptações mais céleres para aprimorar serviços já ofertados e criar novas funcionalidades. Nesse caso, a equipe multidisciplinar que gerencia o AVA, quando devidamente capacitada, tem mais informações e vivência para apresentar as soluções mais adequadas aos problemas.

É fundamental, assim, dar autonomia para o time responsável pela jornada on-line de aprendizagem desenhar, elaborar, experimentar e avaliar as possíveis soluções às demandas dos estudantes e do corpo docente. A necessidade de apresentar novas funcionalidades, a partir de novas tecnologias e de forma célere, não se compagina com uma estrutura organizacional verticalizada e departamentalizada.

À gestora educacional cabe auxiliar os membros do time ágil em questão a construir seu propósito, seus objetivos, suas crenças, seus valores e seus princípios. Posteriormente, o time definirá e adaptará permanentemente seus processos, suas ferramentas e suas práticas para alcançar os objetivos já estabelecidos.

Não é recomendado, nesse sentido, acelerar a construção dos elementos acima mencionados, nem menosprezar a importância do alinhamento entre os membros do time. Entre muitos outros aspectos da liderança, ressalto a importância de prover um ambiente de segurança psicológica e de fomentar um modelo mental voltado à produção de novos serviços e funcionalidades que agreguem valor aos alunos.

Em arremate, a economia digital impele as gestoras educacionais a adaptarem a estrutura, os processos, a cultura e as práticas organizacionais. Cabe às gestoras educacionais identificar onde a aplicação das metodologias ágeis é mais adequada e auxiliar os atores-chave de cada jornada do aluno a construir uma mentalidade ágil.

Antônio Colaço Martins Filho é chanceler do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO (CE). Diretor Executivo de Ensino do Centro Universitário UNIESP (PB). Doutor em Ciências Jurídicas Gerais pela Universidade do Minho – UMINHO (Portugal), Mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (Portugal), Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Autor das obras: “Da Comissão Nacional da Verdade: incidências epistemiológicas”; “Direitos Sociais: uma década de justiciabilidade no STF”. colaco.martins@unifametro.edu.br. Escreve no Focus.jor.

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