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Deltan: Lava Jato recuperou mais de R$ 14 bilhões com delações

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Em resposta a um levantamento publicado pelo  jornal O Globo sobre o dinheiro recuperado pela Operação Lava-Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol publicou uma declaração no Twitter ressaltando que maior parte do valor recuperado provém dos acordos de delação premiada implementados pela operação.

A matéria do O Globo aponta que a operação já recuperou, por meio de leilões, pelo menos R$ 76 milhões do dinheiro roubado em esquemas corrupção na Petrobras.

Segundo o procurador, a prática de implementação desses acordos vem passando por um processo de “garroteamento”, mesmo tendo sido responsáveis pelo ressarcimento de mais de R$ 14 bilhões aos cofres públicos.

O pacote anticrime sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no fim de dezembro promove mudanças na delação premiada. Com as alterações, a negociação inclui apenas a redução da pena. Eventuais vantagens penais devem ser decididas por um juiz. O texto também obriga o colaborador a relatar apenas ilegalidades que tenham ligação direta com os fatos investigados. O delator não poderia contar, portanto, temas ainda desconhecidos pelos policiais.

Leilões

A matéria afirma que o valor de R$ 76 milhões foi obtido através de 135 leilões da operação no Paraná e no Rio de Janeiro no quais bens apreendidos terminaram arrematados — alguns deles com desconto. No entanto, mesmo com o valor vultoso, outras propriedades permanecem encalhadas, sem interessados.

Um dos primeiros presos, o doleiro Alberto Youssef era o responsável pela lavagem de dinheiro de vários dos políticos presos pela Lava-Jato. Não por acaso, também foi o que mais tinha propriedades adquiridas com dinheiro sujo. A compra de imóveis é uma das estratégias mais comuns na lavagem de dinheiro: se colocadas em nome de empresas de fachada, são de difícil identificação. Além disso, as operações de compra e venda são mais permissivas na forma de pagamento.

Não por acaso, o doleiro tinha 73 apartamentos no Hotel San Diego Express, na cidade de Aparecida, local de peregrinação de católicos no interior de São Paulo. Youssef também era dono de apartamentos em Londrina, Salvador e em São Paulo. Teve que entregar tudo como parte de seu acordo de colaboração premiada, um dos primeiros da Lava-Jato e responsável por iniciar a operação. Ao todo, suas propriedades renderam R$ 14 milhões em mais de 80 imóveis.

Entre os leilões, chamam a atenção alguns dos imóveis que ficaram famosos durante as investigações, como é o caso do tríplex do Guarujá, arrematado por R$ 2,2 milhões. Conforme foi revelado pela ÉPOCA , seu novo dono, o empresário brasiliense Fernando Costa Gontijo, tem interesse em transformar o imóvel em um prêmio de campanha publicitária. O imóvel fica na Praia das Astúrias e teve que ser reformado após a invasão de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto em 2018.

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