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Com o Ceará na vanguarda, ministra alemã diz que Brasil pode ser líder na área de hidrogênio verde

Foto: Divulgação

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

A ministra Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, disse hoje, segunda-feira, 30, que o Brasil poderá ser líder global na área de hidrogênio verde. Svenja está em Brasília, em visita oficial do governo alemão, que contará com a presença esta tarde do chanceler Olaf Scholz.

Schulze falou com a imprensa após um encontro com a ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva.

Marina apontou que o governo Lula trabalha em um acordo de comércio e abertura de novos mercados, que possa não apenas trazer ganhos financeiros ao País, mas também às comunidades que sobrevivem das florestas. “É importante ter uma perspectiva para estas pessoas”, disse.

Marina também comentou que o Brasil está fazendo um grande esforço para acelerar parcerias e se tornar um grande fornecedor de energia para a Europa. “Não apenas com o potencial de hidrogênio verde, mas também parceria com empresas alemãs, europeias, para que possamos ter mais produção de hidrogênio.”

Pioneirismo 

Recentemente, o desenvolvimento de uma membrana alternativa no processo de eletrólise foi o tema da primeira tese de doutorado, assinada pelo agora doutor Santino Loruan, na área de hidrogênio verde (H2V), na Universidade Federal do Ceará. 

“Ter uma primeira tese de doutorado na área no nosso Estado abre um espaço grande para futuras pesquisas”, disse o orientador do trabalho, Prof. Enio Ponte de Deus. O texto, inclusive, já resultou em um depósito de patente em nome da UFC.

O hidrogênio verde, considerado modelo fundamental para a transição energética em direção a economias de baixo carbono, é gerado a partir da eletrólise, com a quebra da molécula de água e separação dos átomos de hidrogênio e oxigênio. O primeiro passo para que seja considerado “verde” é utilizar uma energia que venha totalmente de fontes renováveis, como a solar e a eólica.

Por conta disso, o Estado do Ceará tem apostado em um hub de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, aproveitando a posição estratégica do equipamento e o enorme potencial de geração de energia limpa da costa cearense. O ex-governador Camilo Santana (PT), em sua gestão, foi um defensor desse modelo.

Foi o petista, por exemplo, que assinou, em 2021, em Roterdã, na Holanda, o 11º memorando de entendimento para produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém. O protocolo, que antecipava investimentos de 2 bilhões de dólares, foi firmado com o consórcio Transhydrogen Alliance, formado pelas empresas Proton Ventures, Trammo, Global Energy Storage e VARO.

O objetivo do projeto era o de produzir, pelo menos, 500.000 toneladas de hidrogênio verde por ano, que equivalem a cerca de 2,5 milhões de toneladas de amônia verde, e exportar para a Europa pelos portos do Pecém e de Roterdã, parceiros comerciais.

Agora, já em 2023, foi produzido a primeira molécula de H2V no País, justamente na unidade localizada no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), em São Gonçalo do Amarante.

“Elegemos o Complexo do Pecém para abrigar nossa primeira planta de hidrogênio verde no Brasil porque reconhecemos que o Ceará reúne características estratégicas para protagonizar o processo de introdução do hidrogênio verde no País, seja por seu excepcional potencial solar e eólico – fundamental para a produção do gás –, seja por sua localização e excelente oferta de infraestrutura para o escoamento desse produto ao mercado internacional”, pontuou o João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil.

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