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Ceará vai estabelecer protocolo para uso da hidroxicloroquina no estágio inicial da Covid-19

O Reuquinol, do laboratório Apsen, é a hidroxicloroquina de marca no Brasil. Outros laboratórios fabricam o genérico. Laboratórios públicos no Brasil também produzem o medicamento.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

A Secretária de Saúde do Ceará vai formalizar o uso da hidroxicloroquina em conjunto com a azitromicina e o zinco (se disponível) no combate ao coronavírus. Na prática, o coquetel já vinha sendo prescrito no cotidiano dos tratamentos em diversos hospitais do Estado. Segundo apuração do Focus, a diferença agora é que o tratamento será formalizado em protocolo e, de preferência, para ser ministrado logo na identificação certeira dos primeiros sintomas do Covid-19.

A Secretaria quer que a estrutura de hospitais públicos e privados, UPAs e até o serviço on line exclusivo para a Covid-19 sejam capazes de identificar o mais rápido possível os primeiros sintomas que possam evidenciar o contágio por coronavírus. A partir disso, se estabelece uma série de procedimentos clínicos. Entre eles, pode ser o coquetel com a hidroxicloroquina.

A meta é fazer com que os primeiros sintomas não evoluam para as perigosas infecções pulmonares. Nesse sentido, o coquetel da hidroxicloroquina mais a azitromicina parece exercer papel eficaz. Antes, a indicação era ministrar o coquetel somente em casos graves, mas a prática está dizendo que quanto mais cedo, preferencialmente até o terceiro dia de sintomas, melhor é a resposta ao tratamento. Na fase mais grave, o coquetel produz efeitos pouco eficazes.

Na entrevista coletiva de hoje, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já adotou uma posição bem menos restritiva em relação ao medicamento que originalmente serve para combater a malária e doenças reumáticas. Também nesta terça-feira, o Governo do Pará distribuiu cerca de 91 mil comprimidos de hidroxicloroquina e mais de 70 mil de azitromicina para hospitais do Estado.

A tendência é que todos os estados sigam a linha paraense. O Pará e a Região Amazônica conhecem muito bem a cloroquina e seu derivado mais moderno e menos tóxico. Afinal, lá a malária é bastante comum. Portanto, o medicamento é muito conhecido da população, que o toma de forma até profilática, sem maiores critérios.

Na entrevista coletiva que concedeu no início da noite desta terça-feira, o secretário de Saúde do Ceará, Dr Cabeto, indicou que o uso de alguns medicamentos seria facilitado não somente para casos graves, mas sim como uma dos caminhos para evitar a evolução de sintomas, como tosse e febre, para a fase da infecção pulmonar, responsável pela maior parte dos óbitos.

“O nosso objetivo com o novo protocolo é tentar evitar que pelo menos 30% dos casos não evoluam e nos permita tratar dos doentes mais graves sem que falte leitos”, disse Cabeto na entrevista. O secretário apenas citou a cloroquina, mas não chegou a detalhar como seria seu uso.

Focus apurou que, de forma profilática, o medicamento vem sendo largamente utilizado pelos profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate à doença. Só nesse setor, a quantidade de baixas alcançou 150 pessoas, entre médicos, enfermeiros, socorristas e técnicos que atuam nos hospitais. O uso não impede o contágio, mas serve para impedir o estágio mais grave da doença. Mesmo assim, quem se contagia é afastado do trabalho e só pode voltar após exames comprovarem que a carga viral é incapaz de transmitir a doença para outra pessoa.

 

 

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