Guedes encantou o rebanho liberal com seu evangelho contra o Estado (em cujas tetas muitos deles não desgrudam os beiços).
Trouxe música para os ouvidos do atraso: os pobres no Brasil são pobres porque esperam tudo do governo e não gostam de empreender.
Era o bom pastor que convertera Bolsonaro ao liberalismo: enfim, alguma coisa passara a habitar aquela cabecinha vazia.
Mas veio um vírus invisível e os forçou a ver que o Estado, esse demônio, não pode ser mero despachante de seus interesses.
Com ele, a polícia: acossado por investigações, Bolsonaro foi buscar socorro no beco do ou-dá-ou-desce da orcrim chamada Centrão.
E, assim, como sempre e eternamente, a vida real recuperou seu amplo domínio, iluminando os recantos obscuros das feitiçarias retóricas.
Hoje, Guedes se ocupa em ficar em campo, pedindo para anotarem na súmula da partida: “esse cartão vermelho não foi para mim”.
Consta que, nos idos de 2019, ele teria uma agenda para mudar o Brasil. Chegou falando até em “enquadrar o Congresso Nacional”!
Mas, ao contrário do que foi prometido aos incautos, só há dois modos de “enquadrar” o congresso: comprando ou fechando.
Agora, o único projeto de Guedes é não cair. Segundo o emocionalmente instável cartola do clube, “o técnico está prestigiado”. Uhn