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As gerações e o consumo de informações na internet, por Maurício Garcia

Maurício Garcia é sociólogo graduado pela FFLCH-USP, tem pós-graduação pela Fundação Escola de Sociologia de São Paulo (onde já lecionou) e pela ECA-USP (em marketing). Trabalhou mais de 20 anos no IBOPE, maior instituto de pesquisa da América Latina e como pesquisador é associado à Wapor (World Association for Public Opinion), tendo participado de diversos congressos da entidade pelo mundo. Também como pesquisador, foi vencedor do Prêmio Alfredo Carmo, oferecido pela ABEP (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa), como melhor trabalho no 7º congresso da entidade com o estudo “A eleição para deputados em 2014 – Uma nova Câmara, um novo país”. Garcia é o mais novo articulista Focus.

Vamos continuar falando de pesquisas?
O mundo publicitário adora categorizações já que elas facilitam a comunicação com grupos específicos de consumidores. Com a ajuda dos institutos de pesquisas (claro!), criam várias delas. Uma das mais usuais é a segmentação das pessoas por gerações: existe a Geração Baby Boom (aqueles que nasceram no pós 2ª Guerra), entre 1946 e 1964, a Geração X, de quem nasceu entre 1960 e 1980, a Geração Y, de quem nasceu entre 1980 e 2000, a Geração Z, de quem nasceu entre 1990 e 2010 e a mais recente, a Geração Alfa, dos que estão nascendo de 2010 até hoje.
Esses períodos podem se sobrepor, pois diferenças regionais também influenciam muito nessa classificação, mas o mais importante é que as gerações têm durado cada vez um tempo menor, justamente devido à velocidade alucinante das mudanças nesse nosso mundo hoje em dia.
Mas, vamos a dados da pesquisa: levantamento global da Verizon Media (empresa ligada ao Yahoo, Aol e The Huffington Post) divulgada mês passado, revela que as pessoas estão consumindo conteúdos na internet cada vez mais ativamente e, graças às novas experiências que serão possibilitadas por tecnologias como realidade estendida e 5G, as demandas vão continuar crescendo de forma exponencial. O futuro promete ser mais veloz ainda, em todos os aspectos.
Essa pesquisa contou com mais de 60.000 entrevistados e explorou cerca de 118.000 interações do consumidor com conteúdo online, em 15 mercados: Reino Unido, EUA, Canadá, China, Japão, Taiwan, Austrália, França, Alemanha, Itália, Espanha, Dinamarca, Suécia, Hong Kong e no nosso Brasil.
O que o estudo trouxe de interessante sobre nós brasileiros?

  • Os jovens com idade entre 16 e 24 anos (a nossa Geração Z) está mais propensa a consumir, responder e compartilhar conteúdo relacionado à política, questões sociais e meio ambiente do que estava em 2016, quando a última pesquisa com o mesmo objetivo foi feita.
  • Também em comparação com a pesquisa de 2016, os jovens brasileiros, hoje tem 72% mais probabilidade de consumir conteúdo político, 14% mais probabilidade de consumir conteúdo sobre questões sociais e 62% mais probabilidade de consumir conteúdo com orientação ambiental através das redes sociais.

Tenho certeza que você que está lendo esse artigo, já percebeu isso empiricamente no convívio com os jovens. São sinais de novos tempos!!! E o mais interessante é que todos nós também estamos mudando nossos comportamentos em relação às tecnologias e nem nos damos conta disso e do que isso impacta na sociedade, até que um pesquisador atravessa o nosso caminho e diagnostica isso. Por isso que digo: só as pesquisas são capazes de revelar nossos mais profundos segredos.
Que venham mais pesquisas!!!

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