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Aprender a conviver, por João Flávio Nogueira

João Flávio Nogueira é médico (CRM-CE 9344, RQE 4114), formado na UFC, com residência médica em otorrinolaringologia em São Paulo.
Fellowship na Penn University – Philadelphia
Membro da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço Professor convidado do Massachusetts Eye and Ear Infirmary – Harvard affiliate.

Muitos sabem que gosto de história. E num momento em que governos locais sinalizam o retorno (mesmo que parcial) das atividades econômicas, é sempre bom revisitarmos a história.

Na história temos dados muito interessantes. Ressalto novamente: na história temos dados que são FATOS históricos checáveis e não opiniões pessoais.

Pois bem, na história vemos que as cidades que melhor fizeram medidas de isolamento sociais nos EUA foram as que melhor desempenho econômico tiveram após a pandemia.

Tem até um estudo bem legal sobre isso publicado em abril desse ano por pesquisadores do MIT e do FED americano.

Voltando para 2020, a Suécia “ignorou” essa história e esses dados, não fez medidas de isolamento sociais tão duras quanto seus vizinhos e viu seu número de mortos ser quase dez vezes maior que os dos seus vizinhos (com condições socioeconômicas e até fenotípicas semelhantes).

E as previsões do impacto disso na economia da Suécia são de uma retração do PIB de 2020 entre 7 a 10%, maiores que as projeções de retração do PIB dos seus vizinhos.

Na história também aprendemos que os vírus (e o SARS-COV-2 é um vírus) não somem por “decreto” ou porque o comércio será reaberto. Não há um “botão mágico” de liga/desliga para isso e teremos que aprender a CONVIVER com esse vírus por algum tempo, até um remédio ou vacina eficazes.

E esse convívio com o vírus deve ser lembrado por TODOS diariamente, com medidas de higiene e distanciamento sociais ainda necessários.

Eu gosto de futebol, gosto de ir aos estádios, mas sei que isso não será possível num futuro próximo. O mesmo vale para festas, cinemas, shoppings e reuniões sociais com mais pessoas.

A história nos ensina que a gripe espanhola teve 3 ondas. E a segunda foi a mais mortal, justamente porque após a primeira leva de casos e mortes, as pessoas acharam que a doença estaria controlada, teria “sumido por decreto” e afrouxaram os cuidados.

Mas a história também nos mostra que vencemos a gripe espanhola, vencemos todas as pandemias do passado e vamos vencer essa atual.

Entretanto, para isso, precisaremos mudar. Precisamos aprender a CONVIVER com esse vírus e mudar nossos hábitos, nossa forma de consumo, nossa relação com as pessoas e, principalmente, precisamos estudar e aprender com a história, sempre ela.

 

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