Chegamos a impressionante marca de mais de 100 mil famílias brasileiras destruídas pela perda de um ente querido para a Covid-19. Então, vamos falar sério?
Desde o início da pandemia, parte do Governo Federal adotou uma postura negacionista, sempre transparecendo para a opinião pública a impressão de que estava mais preocupado em assegurar um bom desempenho de sua política de recuperação econômica do que em salvar vidas, como se uma pudesse ser obtida sem a outra. Absurdo!
No momento em que atingimos o pico do contágio e as autoridades públicas se dedicam a planejar uma retomada responsável das atividades produtivas e garantir a renda das famílias, entramos também na reta decisiva do processo de definição das alianças partidárias que concorrerão nas próximas disputas municipais, adiadas para novembro. Não devemos permitir que a convergência de esforços necessária ao enfrentamento da epidemia seja comprometida pelo acirramento natural do processo eleitoral.
O eleitor estará atento a isso, penso eu. Precisamos agir com espírito público, sem manipulação política da dor de milhares de famílias com um denuncismo leviano e, como vimos em episódios recentes, sob o manto covarde do anonimato.
Aos gestores, cabe persistir em uma ação transparente, seguindo à risca as recomendações consensuais da comunidade científica para vencer o inimigo invisível do novo coronavírus.
Não é hora de oratória. É necessário agir com a grandeza exigida pelo país.
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Alexandre Pereira
Presidente Estadual do Cidadania 23