Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.

A ociosidade da indústria cearense e a "facada" de Paulo Guedes

Cientista Político e Especialista em Psicologia Política. Consultor de Empresas e Professor da Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

Por Marcelo Sidrião F. Salgado
Os números  da última sondagem industrial de janeiro, elaborada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), revela  queda nos principais indicadores de atividade da indústria cearense. Em janeiro de 2019, o setor  industrial  apresentou  nova  retração da produção, apesar da menor magnitude, em relação a dezembro de 2018.
As  estatísticas atuais revelam que o nosso setor industrial operou com capacidade abaixo do usual no último mês de janeiro, reforçando a trajetória de crescimento da ociosidade da indústria, observada desde outubro do ano passado. A sondagem industrial  também constata  que houve contração do quadro de funcionários do setor.
No item que se refere à utilização da capacidade instalada, a indústria no Ceará, operou em patamar abaixo do usual para o mês de janeiro ao registrar índice de 40,4 pontos. O presente valor é o menor observado desde junho de 2018, demonstrando uma nítida trajetória de expansão da ociosidade industrial no estado. No Brasil, o cenário de baixa utilização da capacidade da indústria nacional também é observado com viés de queda, visto o indicador de 43 pontos.
Reconhecidamente não existe indicativo de expansão do quadro de funcionários do setor industrial cearense e as expectativas são de redução do volume exportado de bens industriais. Pelo terceiro mês consecutivo, a indústria cearense registrou queda no número de empregados, ao assinalar 47,6 pontos em janeiro de 2019. A presente pesquisa custeada pela FIEC, foi  feita em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O trabalho realizado pelo  Observatório da Indústria,  tem a missão de contribuir para o desenvolvimento industrial do Ceará por meio da geração, uso e disseminação de conhecimento especializado.
No plano nacional, o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), despencou 2,7 pontos de fevereiro para março de 2019.. Os números do Boletim Focus, indicam que o mercado financeiro também reduziu a tendência de crescimento do país, abaixo de 2%, neste ano. A publicação do  Focus é divulgada regularmente às segundas-feiras, pelo Banco Central (BC) em Brasília-DF.
Paulo Guedes, o poderoso Ministro da Fazenda, trava uma batalha espartana contra o Sistema “S” para assumir  o controle administrativo de tais entidades e seu caixa. Dizem que Guedes, quer fazer uma “faxina geral”, pois haveria inúmeros  casos de gastos com publicidade, compras de imóveis indevidamente, aplicações no mercado financeiro e influência nos  parlamentos  Estaduais e Federais com recursos materiais e financeiros do Sistema “S’.
No centro deste debate fica a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o SEBAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Pequenas Empresas) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Para o governo Bolsonaro, estas instituições estão sendo usadas para a promoção de políticos nos estados, além de serem alvo de desvios de recursos, investigações da Polícia Federal e processos criminais contra alguns dirigentes. As entidades que não se alinharem sofrerão um corte (ou facada) de 50% em seus repasses.
O ministro da economia quer ter ingerência sobre o orçamento de R$ 18 bilhões. Segundo os relatórios do Tribunal de Contas da União(TCU), existe muito desperdício dentro das Federações de Indústrias, de comércio, agricultura, turismo  e suas entidades. O custo da folha de salário nas empresas  hoje é onerado em 20% de contribuição patronal ao INSS e mais 6,5% aproximadamente do Sistema S.   Guedes articula diligências para patrulhar a gestão e o caixa destas instituições.  O governo considera como pública a verba que abastece o caixa do  SESI, SENAI,SENAC,SESC, SENAR,SESCOOP e SEST.
É neste ambiente Bolsonariano, de muitas incertezas econômicas, ceticismo político e ociosidade na indústria cearense, que 40 sindicatos patronais e empresários filiados  à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)  caminham solidários para uma eleição com CHAPA ÚNICA, para o pleito. Serão eleitos os membros da Diretoria Plena, Conselho Fiscal e Delegados Representantes junto ao Conselho da CNI. A aclamação está marcada para o próximo dia 16 de abril e a posse da nova diretoria para o final de setembro.
A economia e a política juntaram-se no Ceará. Coincidentemente, a Avenida Barão de Studart é a mesma artéria na qual tem domicílio a sede do governo do estado do Ceará e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Nas rodas políticas, empresariais e entre formadores de opinião, há uma certeza: O governador  Camilo Santana e o presidente da FIEC  Beto Studart, estão mais unidos do que nunca, na política e na economia. Existe uma grande sintonia entre ambos. Entretanto, os próximos meses  serão tensos e difíceis nos dois endereços da Avenida  que homenageia  o médico , historiador  e abolicionista Guilherme Chambly Studart , o Barão de Studart. Sua batalha foi para que a memória do Ceará não se perdesse.

Mais notícias